Investing.com - Os preços do petróleo cederam fortemente e devolveram os ganhos da manhã nessa quarta-feira após o diretor da Agência Internacional de Energia prever um aumento significativo na produção dos EUA.
O petróleo para entrega em fevereiro negociado em Nova York perdeu cerca de 2,5% para a mínima do dia de US$ 51,21/barril, menor patamar em uma semana. A cotação se recuperou e às 15h era negociada a US$ 52, queda de 0,9%.
Em Londres, o Brent para março perdeu mais de 2% para ser negociado na mínima de US$ 54,09. O barril é vendido a US$ 55,10, -0,6%.
O sell off ocorreu após o diretor executivo da AIE Fatih Birol dizer que os preços mais altos servirão como gatilho para a retomada da produção do shale oil nos EUA, em um momento de redução na extração da Opep e grandes produtores.
Os analistas do mercado viram o comentário como um pré-lançamento do relatório mensal de petróleo da agência marcado para quinta-feira.
A Opec apontou nesta quarta-feira para uma redução na sobreoferta em 2017 com a redução da produção após os recordes dos últimos meses.
Em seu relatório mensal divulgado mais cedo, o cartel disse que seus membros extraíram 33,085 milhões de barris/dia em dezembro, contração de 221 mil barris/dia na comparação com o mês anterior.
Além da redução na produção de seus membros, a Opep cortou a previsão para este ano da oferta dos grandes produtores fora do cartel, seguindo o acordo fechado entre os países. A expectativa é que a produção fora da organização aumente 120 mil barris/dia em 2017, contra projeção anteior de 300 mil barris/dia, apesar da alta revisada para os EUA.
O dia 1º de janeiro marca oficialmente o início do acordo de corte de produção firmado em novembro por países membros e não membros da Opep, buscando reduzir a produção em 1,8 milhão de barris por dia para os próximos seis meses.
O acordo, se executado de acordo com o plano, deve reduzir a oferta global em cerca de 2%.
Contudo, alguns investidores ainda adotam cautela quanto à expectativa geral do mercado para com a eficácia dos cortes planejados.
Enquanto grandes produtores, como Arábia Saudita e Kuwait, vêm mostrando sinais de que estão respeitando o acordo, outros, como a Líbia e Iraque, aumentaram a produção.
O comitê de monitoramento do acordo global de redução da produção se reunirá pela primeira vez no dia 22 de janeiro, em Viena.
Hoje, às 19h30 o Instituto Norte-americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) divulgará seus dados de estoques de petróleo. Amanhã é a vez dos dados oficiais da agência de energia dos EUA e a expectativa do mercado é de queda de 960 mil barris.
Os relatórios serão publicados com um dia de atraso em relação ao habitual por causa do feriado de Martin Luther King Jr. comemorado na segunda-feira nos EUA.