Investing.com - Os preços do barril de petróleo caíram nesta terça-feira devido aos temores de uma alta mais agressiva na produção, depois que o ministro da Energia da Rússia sugeriu que o mercado era capaz de absorver uma oferta maior.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato futuro do WTI para entrega em julho caiu 1,2%, para US$ 65,07 por barril, enquanto na Bolsa Intercontinental de Londres, o Brent cedeu 1,4% e encerrou a sessão vendido a US$ 74,95 por barril.
O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, sugeriu que grandes produtores de petróleo podem passar por uma crise de oferta se decidirem manter as atuais restrições de produção, já que o pico da demanda no verão poderá ser capaz de reduzir os estoques globais.
"O terceiro trimestre ... apresenta a maior demanda por petróleo. Assim, a escassez de petróleo não está descartada, se as medidas não forem tomadas", disse Novak, segundo a agência de notícias Prime.
Novak disse a jornalistas que planeja propor um aumento de produção da casa de 1,5 milhão de barris/dia aos membros. A fala vem dias antes de reunião da Opep, Rússia e grandes produtores em Viena, na Áustria, e a expectativa é que revisem seu atual acordo de produção que cortou em 1,8 milhão de barris/dia desde janeiro de 2017.
Os dias que antecedem o encontro são marcados por falas divergentes dos representantes dos países, que provocam volatilidade no mercado. O sinal é que não há uma unanimidade na direção do acordo deverá tomar.
Os relatos na imprensa mostram que a Rússia e a Arábia Saudita planejam um aumento mais forte, enquanto outros produtores como Irã, Iraque, Venezuela e Argélia gostariam de manter o acordo atual ou elevar em um patamar bem menor.
Nesta semana, fontes da Opep informaram que o cartel deveria discutir uma na produção de petróleo de 300 mil a 600 mil barris/dia para achar um meio termo entre as propostas dos líderes Rússia e Arábia Saudita e os defensores da manutenção do corte.
Na segunda-feira, o ministro do Petróleo do Equador, Carlos Perez, previu uma difícil reunião da Opep. “Há outros países que não querem reduzir os cortes. Vai ser difícil ... uma reunião difícil ", disse Perez.
Além da reunião dessa semana, o grupo poderá voltar a avaliar o mercado em setembro, segundo Novak. Analistas do mercado veem na proposta de aumento de 1,5 milhão apenas uma tática para pressionar os demais membros do acordo a elevar a produção.
O mercado de petróleo deverá ver nos próximos meses uma pressão crescente sobre a produção do Irã com a reintrodução das sanções norte-americanas ao país, após Trump ter decidido unilateralmente abandonar o acordo nuclear.
Os EUA também têm ampliado as sanções à Venezuela, que enfrenta o sucateamento da sua estatal PDVSA e a expectativa é que a produção do país siga em declínio.
A redução nos dois grandes exportadores abriria espaço em um mercado com demanda crescente para revisão no acordo de corte de produção.
Com o limite na produção, os países têm visto sua participação no mercado encolher, especialmente com o boom de crescimento na extração dos EUA, que tem batido recordes todos os meses. Segundo dados oficiais, a produção no país subiu para 10,5 milhões de barris/dia de 8,828 milhões de barris/dia em janeiro de 2017, primeiro mês do acordo de produção da Opep. O salto é de 1,67 milhão de barris/dia, quase do mesmo tamanho do corte de 1,8 milhão de barris/dia dos exportadores.
Dados de estoque no radar
Amanhã, a agência de energia dos EUA publica os números oficiais de estoques do país e a expectativa do mercado é de nova redução, na casa dos 2,7 milhões de barris na semana passada. Para os estoques de gasolina, a previsão é de queda de 0,5 milhão de barris e para os demais óleos combustíveis é de queda de 0,367 milhão de barris.