O petróleo encerrou o pregão desta sexta, 14, em queda, com o Brent voltando a operar abaixo da marca de US$ 80 o barril, após bater ontem máximas desde abril, pressionado pela recuperação do dólar após três pregões positivos. Entretanto, a commodity acumulou ganho semanal, e analistas apontam perspectiva de avanço nas próximas sessões.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em queda de 1,91% (US$ 1,47), a US$ 75,42 o barril, enquanto o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em baixa de 1,83% (US$ 1,49), a US$ 79,87 o barril. Na semana, entretanto, os contratos tiveram ganhos de 2,11% e 1,78%, respectivamente.
Na visão do analista Craig Erlam, da Oanda, apesar da perda de fôlego hoje, os últimos ganhos da commodity devem se estender nas próximas sessões. Segundo ele, o Brent ter superado a marca de US$ 80 por barril "foi muito significativo após vários esforços da Arábia Saudita e seus aliados para manipular o preço para níveis mais sustentáveis, na perspectiva deles. O Brent pode enfrentar um teste interessante em torno de US$ 83 a US$ 84 se continuar subindo".
Já o TD Securities destaca o aumento das importações da China por petróleo bruto no "maior nível em três anos, com as refinarias retornando de um período de manutenção, enquanto os dados de voos globais permanecem impressionantes, sugerindo que combustível de aviação e outros produtos estão sustentando uma demanda resiliente".
Pelo lado da oferta, o banco canadense destaca que os riscos de abastecimento estão de volta aos holofotes, com a paralisação do segundo maior campo de produção da Líbia em meio a protestos no país em um momento em que a Arábia Saudita cancelou seus cortes voluntários de produção.
O Commerzbank destaca a alta do petróleo russo Urais acima da marca de US$ 60 por barril, nível considerado "crítico" devido à definição do teto do preço do barril do petróleo da Rússia pelo G7. Hoje, o comitê de orçamento e impostos da Duma da Rússia antecipou a redução do desconto da mistura de petróleo dos Urais em relação ao Brent de US$ 25 para US$ 20 por barril a partir de 1º de setembro. Segundo o banco alemão, "os preços do petróleo provavelmente continuarão subindo se as exportações da Rússia decepcionarem novamente na próxima semana".