Os contratos do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, 3, depois de terem subido 5% no início da sessão. Notícias sobre a proximidade de um entendimento para retomada do acordo nuclear com o Irã e o avanço do dólar pressionaram os ativos, após recentes ganhos robustos. A guerra na Ucrânia e impacto na oferta russa se mantiveram no radar.
O barril do petróleo WTI para abril caiu 2,65% (US$ 2,93), a US$ 107,67, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o do Brent para maio recuou 2,19% (US$ 2,47), a US$ 110,46, na Intercontinental Exchange (ICE). Nesta quinta, o representante da Rússia em Viena, onde ocorrem as negociações sobre a retomada do acordo nuclear com o Irã, afirmou que as tratativas estão "praticamente" concluídas, com questões que devem ser concluídas em até 48 horas.
O Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês) preocupa parte dos investidores porque aumentaria a oferta de petróleo no mercado, com a inclusão da produção iraniana. Na análise da Capital Economics, o aumento da oferta pelo Irã deve se dar assim que o acordo for fechado. A projeção é que os preços caiam entre US$ 5 e US$ 10 por barril.
"Mas podem não ceder tanto assim dada a preocupação com a oferta russa de petróleo com as sanções do Ocidente", pontua o economista Edward Gardner.
Em relatório, o TD Securities afirma não haver, no cenário atual, uma fonte capaz de compensar de modo confiável a produção russa imediatamente.
"Com os mercados cada vez mais apertados e os temores de oferta aumentando, o conflito está elevando a pressão sobre o Ocidente para chegar a um acordo sobre o acordo nuclear com o Irã, mas as negociações também podem ser puxadas para o caos geopolítico", avalia o banco. Os preços do petróleo devem permanecer altos e propensos a novos picos, dizem analistas.
De acordo com a RT, as negociações entre Rússia e Ucrânia devem contar com uma terceira rodada "o mais breve possível" para debater o conflito.
Diante do momento de incertezas, os contratos operaram com instabilidade ao longo de toda a sessão, enquanto o dólar se fortalecia ante suas principais rivais. O avanço da moeda, considerada porto seguro dos investidores, também limita em alguma medida os ganho de commodities.
Em relatório divulgado nesta quinta, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos projetou que o petróleo e gás natural continuarão a ser as fontes de energia mais consumidas até 2050 no país.