Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo oscilam nesta quinta-feira entre níveis mais altos dos últimos 10 dias no início da tarde com notícias de aumentos de viagens nos EUA. E, pela manhã, tendo recuando das máximas de sete semanas vistas no início da semana devido às preocupações disseminadas com uma possível desaceleração dramática no crescimento global.
Às 13h20, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com alta de 1,16%, a US$ 108,28 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam valorização de 1,36% a US$ 110,59por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 0,94%, a US$ 3,7557 por galão.
A Associação Automobilística Americana (AAA Travel) estima que 39,2 milhões de americanos devem viajar no Memorial Day deste ano (30 de maio), alta de 8,3% em relação ao ano passado.
Outro fator é que os mercados brutos, junto com os mercados mais arriscados, têm registrado quedas nos últimos tempos, em meio aos receios de que a inflação em disparada, e o aperto associado na política monetária, irá reduzir os gastos no varejo, afetando com gravidade o crescimento futuro.
O Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, avisou no início desta semana que poderia haver certo sofrimento econômico envolvido no processo de redução da inflação, com novos sinais na quinta-feira de que a economia dos EUA está começando a esfriar, como o nível de demissões, que alcançou seu patamar mais alto em 10 semanas, além da pesquisa sobre a atividade industrial, acompanhada atentamente, que apresentou uma guinada para baixo.
No início da semana, o influente banco de investimento Goldman Sachs cortou as suas previsões para o crescimento dos EUA neste ano e no próximo, e reduziu na quarta-feira sua previsão para o crescimento do PIB da China em 2022 como resultado dos prejuízos causados pela Covid na economia no segundo trimestre deste ano.
Xangai, centro comercial do país, registrou o quarto dia consecutivo sem novas infecções fora das áreas sob lockdown mais rígido, apesar do fato de que as restrições não serão de todo suspensas até o início de junho.
"Está bem claro que, com a política de Covid zero da China, os riscos sobre a demanda persistirão", afirmaram os analistas do ING, em relatório.
Há ainda o peso da ideia de que o pacote de sanções proposto pela União Europeia não representará, de forma alguma, o encerramento total das exportações russas para a Europa, tendo em vista a forte oposição de alguns países da Europa Oriental, especialmente da Hungria, fazendo com que os compradores europeus precisem cobrir um déficit de abastecimento ligeiramente menos grave.
Dito isto, "em última análise, esta é uma história do lado da oferta", disse Fawad Razaqzada, analista da City Index. "A menos que a OPEP e seus aliados aumentem a produção rapidamente, é difícil ver uma queda significativa dos preços".
O noticiário indica que a China está tentando reabastecer as suas reservas estratégicas de petróleo com exportações russas, sugerindo que a oferta de Moscou não será totalmente perdida nos mercados mundiais.