Investing.com - Preocupações com o aumento da oferta global provavelmente terão impacto na cotação do petróleo na semana que vem após a commodity ter registrado sua quarta semana de perdas em meio a evidências emergentes de excesso de oferta.
O ministro da energia da Rússia, Alexander Novak, indicou na sexta-feira que uma coalizão de produtores poderia injetar mais petróleo do que o acordado no final do ano, uma medida que poderia sinalizar a possível morte de um acordo de produção da Opep.
Ao fazer comentários nos bastidores da cúpula dos BRICS em Johanesburgo, na África do Sul, Novak disse que "não descartou ... um aumento na produção de petróleo superior a 1 milhão de barris por dia pode ser discutido".
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros produtores, liderados pela Rússia, concordaram no mês passado em flexibilizar os limites de produção para compensar a perda de oferta da Líbia, da Venezuela e do Irã.
O acordo efetivamente aumenta a produção de petróleo combinada em 1 milhão de barris por dia.
Enquanto isso, investidores de petróleo continuarão a monitorar possíveis interrupções nos fluxos de petróleo, especialmente do Oriente Médio.
Na semana passada, a Arábia Saudita interrompeu temporariamente as remessas através do estreito de Bab el-Mandeb, no Mar Vermelho, uma das mais importantes rotas de petroleiros do mundo, depois que dois de seus petroleiros foram supostamente atacados por rebeldes Houthi.
Estima-se que 4,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto e produtos refinados tenham passado pelo estreito de Bab al-Mandeb em 2016 em direção à Europa, EUA e Ásia, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA.
Novos dados semanais sobre os estoques comerciais de petróleo bruto nos EUA na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo e a rapidez com que os níveis de produção irão continuar a subir irão capturar a atenção do mercado.
A produção de petróleo dos EUA chegou a 11 milhões de barris por dia pela primeira vez na semana passada. O país aumentou em quase 1 milhão de barris por dia a produção desde novembro graças ao rápido aumento na extração de shale oil.
Em outro sinal preocupante, a contagem de sondas nos EUA, um indicador precoce da produção futura, teve aumento de 3 e totalizou 861 na semana passada, de acordo com a Baker Hughes, empresa prestadora de serviços a campos petrolíferos.
Foi o primeiro aumento na contagem de sondas em três semanas, o que indica sinais de crescimento da produção dos EUA.
A referência norte-americana, o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI), encerrou a sessão de sexta-feira em queda de US$ 0,92, ou cerca de 1,3%, e era negociado a US$ 68,69 o barril, registrando a quarta semana seguida de perdas, caindo 2,5% no período de sete dias.
Do outro lado do Atlântico, o petróleo Brent, a referência global, recuou US$ 0,25 para US$ 74,29. Apesar da queda de sexta-feira, os preços do Brent tiveram aumento na semana de 1,7%, impulsionados pela interrupção dos fluxos de petróleo da Arábia Saudita.
A cotação do petróleo estava no caminho de fechar o mês em queda de cerca de 7% em meio a crescentes indícios de maior produção da Arábia Saudita, da Rússia e dos Estados Unidos.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar o mercado de petróleo.
Terça-feira, 31 de julho
O Instituto Americano de Petróleo deverá publicar seu relatório semanal sobre a oferta de petróleo nos EUA.
Quarta-feira, 1º de agosto
A Administração de Informações de Energia dos EUA deverá divulgar seus dados semanais sobre estoques de petróleo.
Sexta-feira, 3 de agosto
A Baker Hughes divulgará seus dados semanais sobre a contagem de sondas de petróleo nos EUA.