Investing.com – Depois de atingir as máximas de 10 meses, os preços do petróleo corrigiram nas últimas duas sessões, com os investidores realizando os lucros obtidos nos três dias anteriores.
Esses ganhos se deveram à decisão da Arábia Saudita e da Rússia de manter os cortes de produção até o fim do ano. Ambos os países, que fazem parte da aliança Opep+, decidiram reduzir sua oferta em 1,3 milhão de barris por dia (mbpd) ao todo, o que acabou restringindo o abastecimento do mercado.
Outro fator que contribuiu para a alta do barril foi a queda na produção petrolífera dos EUA, principalmente nas regiões que exploram o xisto. A produção norte-americana deve cair para 9,393 mbpd em outubro, menor patamar desde maio de 2023. Esse será o terceiro mês consecutivo de queda, segundo dados da EIA, Administração de Informações de Energia do país.
Além disso, os estoques de petróleo nos EUA tiveram uma redução significativa na semana passada, quando registraram uma queda de cerca de 5,25 milhões de barris. Essa redução foi muito maior do que a esperada pelos analistas, que previam uma redução de 2,7 milhões de barris, ressaltando a oferta mais escassa no mercado.
A baixa nos preços do petróleo acontece antes da reunião do Federal Reserve, que deve terminar hoje. O banco central dos EUA deve manter as taxas de juros na faixa atual de 5,25-5,5%.
Os analistas estão divididos sobre a possibilidade de o petróleo chegar a US$ 100 por barril. Edward Morse, do Citi, acredita que os preços podem superar brevemente essa marca, mas devem cair no final do ano e em 2024. Ele projeta uma média de US$ 84 no quarto trimestre de 2023 e US$ 70 no início de 2024.
Os estrategistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) são mais otimistas e elevaram o preço-alvo do barril para US$ 100 em 12 meses, argumentando que a menor oferta da Opep+ e a maior demanda global vão compensar o aumento da produção dos EUA. Eles esperam que a Opep+ mantenha o Brent entre US$ 80-105 em 2024.
Já os estrategistas do UBS encerraram sua posição comprada no petróleo Brent, que foi iniciada em março. Eles esperam que o Brent, que serve de referência internacional e para a Petrobras (B3:PETR4), fique entre US$ 90 e US$ 100 nos próximos meses, com um alvo de US$ 95 no final do ano. Eles recomendam que os investidores aumentem sua exposição ao Brent por meio de contratos com prazos mais longos ou vendam os riscos de queda dos preços.