CINGAPURA (Reuters) - Os preços do petróleo podem subir para 100 dólares o barril ao final do ano ou no início de 2019 com o impacto de sanções ao Irã, disseram as tradings de commodities Trafigura e Mercuria nesta segunda-feira, durante evento do setor em Cingapura.
Quase 2 milhões de barris por dia (bpd) em petróleo poderiam ser retirados do mercado como resultado das sanções dos EUA contra o Irã ao final do quarto trimestre deste ano, disse o presidente da trading de commodities Mercuria Energy Trading, Daniel Jaeggi, o que tornaria uma alta dos preços para 100 dólares o barril possível.
"Nós estamos à beira de alguma significativa volatilidade no quarto trimestre porque, dependendo da severidade e duração das sanções ao Irã, o mercado simplesmente não tem uma resposta adequada da oferta para o desaparecimento de 2 milhões de barris por dia dos mercados de petróleo", afirmou Jaeggi.
Washington já implementou sanções financeiras contra o Irã e pretende mirar as exportações de petróleo do país a partir de 4 de novembro, colocando pressão sobre outros países para que também cortem importações de petróleo iraniano.
Segundo Ben Lockok, co-chefe da trading de petróleo Trafigura, os preços do petróleo poderiam subir para 90 dólares por barril no Natal e para 100 dólares no Ano Novo conforme os mercados se apertarem.
Com as iminentes sanções dos EUA ao Irã, o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o banco de investimento norte-americano JPMorgan disse em seu último boletim de perspectivas para o mercado que "um salto para os 90 dólares por barril é provável" para os preços nos próximos meses.
A Opep e outros produtores estão avaliando elevar a produção em 500 mil barris por dia para responder à queda de oferta do Irã.
(Por equipe de Energia em Cingapura; escrito por Henning Gloystein)