Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo caíam na quinta-feira (5) com a demora pelo resultado da eleição dos EUA e disputas entre o presidente Donald Trump e seu adversário Joe Biden levando a cautela no mercado e do setor de commodities, mais sensível politicamente.
O West Texas Intermediate, negociado em Nova York, o principal indicador para o petróleo dos EUA, caía 62 centavos de dólar, ou 1,6%, a US$ 38,53 por barril às 17h56 (horário de Brasília). Na segunda-feira, o WTI atingiu uma baixa em meados de junho de menos de US$ 33,64 por barril devido a preocupações com a demanda, antes de se recuperar.
O Brent negociado em Londres, a referência global para o petróleo, caía 50 centavos, ou 1,2%, para US$ 40,73 por barril.
Os preços do petróleo tiveram uma recuperação de três dias, já que os votos contados da eleição de terça-feira nos EUA permaneceram inconclusivos sobre se Trump permanecerá no cargo por mais quatro anos ou se Biden o substituirá.
Uma vitória de Trump pode significar status quo para os mercados. Mas as ações em Wall Street também subiram com a especulação de uma vitória de Biden e de políticas comerciais mais livres adotadas por seu "partido azul", embora uma divisão Congresso/Senado possa fazer com que qualquer projeto de lei - incluindo um pacote de estímulo da Covid, urgentemente necessário - seja difícil.
“Sem uma 'onda azul' (vitória), Biden lutará para levar adiante suas iniciativas de energia limpa, provavelmente recorrendo a ações executivas para impulsionar as metas ambientais”, disse Ed Moya, analista da OANDA em Nova York.
“A produção dos Estados Unidos não cairá significativamente sob Biden e isso deve levar a preocupações de excesso de oferta até que o hemisfério norte tenha o vírus sob controle”, acrescentou Moya.
Os democratas, que controlam o Congresso, chegaram a um acordo em março com o governo Trump e os republicanos do Senado para aprovar um pacote do Coronavirus Aid, Relief and Economic Security (CARES). Esse pacote distribuiu cerca de US$ 3 trilhões em cheques de pagamento para trabalhadores, empréstimos e doações para empresas e outras ajudas pessoais para cidadãos e residentes qualificados.
Desde então, os dois lados estão em um impasse sobre um plano sucessivo de auxílio para a CARES. A disputa tem sido basicamente sobre o tamanho do próximo estímulo, já que milhares de americanos, principalmente no setor de companhias aéreas, correm o risco de perder seus empregos sem mais ajuda.