Por Geoffrey Smith
Investing.com -- Os preços do petróleo voltaram a subir na sexta-feira, à medida que o mercado precifica as interrupções cada vez mais graves ao fornecimento russo de petróleo bruto e derivados em função das sanções ocidentais.
Às 13h03, os futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York, e referência de preços nos EUA, subiam 0,92%, a US$ 106,33 por barril, enquanto os futuros do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preços, apresentavam alta de 1,18%, a US$ 108,53 por barril.
Os futuros da gasolina dos EUA eram cotados próximo à estabildade (-0,03%), a US$ 3,4748 por galão.
A produção petrolífera russa caiu em média cerca de 1 milhão de barris de petróleo por dia este mês, segundo dados do governo russo, intensificando a limitação geral do mercado global. No entanto, os maiores impactos têm sido sobre mercados regionais de produtos refinados, especialmente o diesel, já que as exportações russas do combustível para caminhões e máquinas pesadas caíram acentuadamente. Os relatos das agências de notícias apontam que cerca de 5,75 milhões de barris por dia em capacidade de refino primário da Rússia foram retirados do mercado, devido aos efeitos diretos e indiretos sobre a busca por compradores para a sua produção.
O impactos vêm crescendo porque as casas de comercialização independentes estão se juntando às grandes empresas ocidentais de petróleo e gás e abandonando o mercado russo. As agências vêm divulgando que a saída da Trafigura, uma dessas casas comerciais, foi um dos motivos por trás do fato que a Rosneft (ROSN.MM) (OTC:OJSCY), gigante russa do petróleo, deixou de agendar qualquer exportação de diesel a partir do porto de Primorsk, no mar Báltico, no mês que vem. A Trafigura não confirmou a notícia.
Os preços médios do diesel no varejo nos EUA atingiram a máxima histórica de US$ 5,18 por galão esta semana, segundo a American Automobile Association, porque as exportações para uma Europa desesperadamente em busca de substitutos para os combustíveis da Rússia restringiram o mercado interno dos EUA.
Os dados dos EUA desta semana mostraram inventários de destilados e combustíveis, inclusive diesel, no seu nível mais baixo desde 2008.
Os EUA são um dos poucos produtores capazes de aumentar a produção a fim de ajudar a amortecer o golpe da disparada dos preços, mas os resultados trimestrais dos produtores norte-americanos sugerem que não serão capazes de compensar a perda dos barris russos este ano.
"Há uma resposta do fornecimento acontecendo", disse Pierre Breber, CFO da Chevron (SA:CHVX34)(NYSE:CVX), a um analista na sexta-feira, conforme publicado pela Bloomberg. "Está apenas atrasando o que tem sido uma procura muito forte".
A Chevron uniu-se a pequenos produtores como Continental Resources (NYSE:CLR), Matador (NYSE:MTDR) e Hess (SA:H1ES34)(NYSE:HES) ao anunciar planos para aumentar a produção este ano, porém os aumentos combinados de menos de 100.000 barris por dia, em média, não chegam perto da escala da perda do fornecimento russo.
O governo dos EUA, em seu mais recente relatório Short-Term Energy Outlook (“Perspectivas Energéticas para o Curto Prazo”), chegaram a diminuir sua previsão para a produção total dos EUA este ano devido à inflação desenfreada de custos. A Energy Information Administration anunciará os dados da produção dos EUA em fevereiro o final da sexta-feira, após a divulgação de uma previsão preliminar de produção mensal de 11,532 milhões de barris por dia.