Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta terça-feira, recuperando-se das mínimas do ano, em meio ao otimismo de que as manifestações na China levem a um relaxamento das rígidas restrições de mobilidade, o que poderia melhorar a atividade econômica do maior país importador de petróleo do mundo.
Às 12h43 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 2,07%, a US$ 78,84 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,85%, a US$ 85,44 por barril, no mercado futuro.
A China informou na segunda-feira que houve a primeira queda no número de infecções diárias em mais de uma semana. Além disso, a Comissão Nacional de Saúde do país declarou que acelerará a vacinação de pessoas com mais de 80 anos, faixa etária vulnerável, na qual se concentra mais um terço das mortes sem imunização.
Esse movimento alimentou esperanças de que esse será o primeiro passo na flexibilização das impopulares restrições da política de Covid zero, que provocaram manifestações em várias cidades durante o fim de semana.
O que contribuía para o otimismo nesta terça-feira eram os últimos dados de inflação na Europa. Os preços na Alemanha e na Espanha ficaram abaixo das expectativas, sugerindo que a Europa estava se aproximando do pico da inflação.
Isso significa que o Banco Central Europeu pode encerrar seu ciclo de alta de juros mais cedo do que o previsto, ajudando a região a evitar uma profunda recessão e uma forte redução na demanda energética.
Ainda durante a sessão de hoje, o Instituto Americano do Petróleo deve divulgar seus dados semanais de estoques, dando mais clareza em relação à robustez do consumo durante o fim de semana prolongado nos EUA. Analistas esperam que os dados de estoques do governo americano registrem uma queda de cerca de 2,5 milhões de barris.
Outro ponto positivo para o mercado era a especulação de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, cortarão sua produção, a fim de alçar os preços, em sua reunião no próximo domingo.
O grupo concordou, em outubro, com a redução das suas metas de produção em 2 milhões de barris por dia a partir de novembro, o que chegou a fazer os preços se aproximarem brevemente da marca de US$ 100 por barril.
No entanto, preocupações com o enfraquecimento da demanda, particularmente na China, fizeram com que os preços atingissem a mínima de 11 meses nas últimas sessões, abaixo dos níveis vistos em outubro, quando a Opep+ cortou os níveis de produção.
“A Opep+ avaliará um novo corte de produção em sua próxima reunião, sobretudo se os preços do petróleo ficarem muito mais baixos do que o nível atual na próxima semana”, declarou o Eurasia Group.
“Por fim, a decisão dependerá da trajetória dos preços do petróleo, quando a Opep+ se reunir, bem como do tamanho dos transtornos causados ao mercado por conta das sanções da UE", concluiu.