O petróleo fechou em queda nesta sexta-feira, 3, pressionado pela criação de empregos bem abaixo das estimativas nos Estados Unidos em agosto. A semana, porém, foi de ganhos para a commodity energética, em meio à manutenção dos planos para a oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e o furacão Ida, que impactou a produção na região do Golfo do México.
O barril do WTI com entrega prevista para outubro fechou em queda diária de 1,00% (-US$ 0,70) na New York Mercantile Exchange, a US$ 69,29. Já o do Brent para novembro teve baixa de 0,58% (US$ 0,42) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 72,61. No acumulado semanal, os contratos avançaram 0,80% e 1,27%, respectivamente.
O Departamento do Trabalho americano informou hoje que foram criadas 235 mil contratações líquidas no mês passado, resultado que decepcionou o mercado ante a expectativa de geração de 750 mil empregos.
"Normalmente, um relatório de emprego mais fraco do que o esperado coloca o dólar para baixo e apoia os preços das commodities", mas hoje isso não ocorreu devido a preocupações de que o ritmo mais lento nas contratações represente um risco para a demanda pelo óleo no curto prazo, segundo avalia o analista de mercado financeiro Edward Moya, da Oanda, em relatório enviado a clientes.
A retomada das operações em refinarias na região do Golfo do México, após a passagem do furacão Ida, também pressionou os contratos mais cedo, de acordo com a Rystad Energy. No restante da semana, o episódio ajudou a manter os mercados do petróleo em alta, junto à decisão da Opep+ de permanecer com seu plano de elevar em 400 mil barris por dia a partir de outubro sua oferta da commodity energética.
"A estabilidade da política do cartel está fornecendo a previsibilidade de longo prazo que os operadores precisam para cimentar os níveis atuais fortes do petróleo", analisa o chefe para mercado de petróleo da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen, acrescentando que "nenhuma grande surpresa é esperada, a menos que haja uma mudança notável na trajetória da demanda".
Já a Capital Economics comenta que a confirmação de que a Opep+ vai aumentar sua produção nos próximos meses fortalece a visão da consultoria de que o rali da commodity já atingiu seu pico. Para a semana que vem, a casa avalia que dados da balança comercial da China, que saem terça-feira (07), serão cruciais para saber se as importações vão refletir as recentes baixas nos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do gigante asiático.