Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Produtores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo deram início na semana passada ao plantio da safra 2021/22 de soja, mas os trabalhos ainda ocorrem em áreas isoladas, considerando que a umidade é insuficiente para que a semeadura ganhe ritmo, avaliou nesta segunda-feira a AgRural.
No Paraná, as máquinas já haviam começado a semear soja na semana anterior, segundo a consultoria.
Mesmo assim, o país havia plantado até a última quinta-feira apenas 0,1% da área de soja, segundo levantamento da AgRural.
"A movimentação das máquinas ainda é lenta em todos os Estados onde o plantio começou. Apesar das chuvas recentes, a umidade ainda é insuficiente para iniciar os trabalhos na maior parte das áreas produtoras", comentou a consultoria.
"No Centro-Oeste, as temperaturas muito altas também não ajudam. É muito cedo, porém, para se falar em atraso, já que o plantio normalmente só engrena mesmo em outubro."
Na sexta-feira, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) reportou os primeiros números de plantio de soja em Mato Grosso, avaliando que produtores terão melhores condições neste ano na comparação com o ciclo anterior, quando a semeadura atrasou devido à estiagem em setembro.
O Departamento de Economia Rural (Deral) também havia reportado na semana passada 1% da área plantada no Paraná, segundo produtor de soja do país atrás do Mato Grosso.
"Com os mapas apontando tempo predominantemente seco e quente até a virada do mês em boa parte do Centro-Sul, a maioria dos produtores tende a aguardar melhora na previsão para acelerar o plantio, evitando assim ter de replantar em um ano marcado por aumento significativo nos custos de produção", acrescentou a AgRural.
Segundo a consultoria, em Mato Grosso, apenas produtores que fazem a segunda safra de algodão e receberam melhores chuvas já estão no campo.
Milho
O plantio da safra 2021/22 de milho verão, por sua vez, chegou na quinta-feira a 22% da área estimada para o Centro-Sul, contra 16% na semana anterior e 23% um ano atrás, disse a AgRural.
"As chuvas registradas nos três Estados do Sul, onde se concentram os trabalhos neste momento, favorecem a germinação e desenvolvimento inicial das lavouras e não chegam a prejudicar significativamente o ritmo da semeadura", pontuou.