SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja no Rio Grande do Sul atingiu 80% da área projetada em 6,8 milhões de hectares, avanço de 16 pontos percentuais na comparação com a quinta-feira da semana passada, com umidade propícia ao desenvolvimento dos trabalhos, informou a Emater em boletim semanal.
"A semeadura avançou, praticamente sem interrupções na maior parte das regiões, nos últimos dias de novembro, beneficiada pelas condições propícias para a operação, como a adequada umidade do solo, fator anteriormente limitante", afirmou o órgão de assistência técnica vinculado ao governo.
O ritmo de plantio está mais acelerado na comparação com a mesma data do ano passado (70%), mas está um pouco atrás da média histórica de cinco anos para o período (82%).
O Rio Grande do Sul está entre os três principais Estados produtores de soja do Brasil, juntamente com Paraná e Mato Grosso.
"A ocorrência de chuvas, em 01/12, em volumes e abrangência territorial maiores, favoreceu a germinação e a emergência, mesmo de plantios realizados em solo 'seco' ou de menor umidade", destacou a Emater.
As lavouras em desenvolvimento vegetativo têm mostrado sinais de recuperação, emitindo folhas mais expandidas, especialmente nas localidades onde a umidade do solo foi restabelecida com as chuvas, acrescentou.
Já a colheita de trigo está praticamente finalizada, afirmou a Emater, citando que as precipitações prejudicaram as lavouras em algumas áreas, em período em que a umidade é um problema para o cereal.
Segundo a Emater, no Noroeste, Planalto Médio, Centro e Metade Sul do Estado, muitos produtores estão insatisfeitos com os resultados, "pois o potencial produtivo das lavouras estava inicialmente elevado, mas a recorrência de chuvas na fase de enchimento de grãos e de colheita comprometeu o rendimento, provocando a redução no peso dos grãos, além de sua germinação nas espiguetas".
(Por Roberto Samora)