Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira que para reduzir preços de combustíveis no Brasil é necessário adotar medidas estruturais e atrair investimentos externos.
Em meio a negociações no Congresso para aprovar medidas que cortam tributação desses insumos e concedem subsídios, Sachsida disse que medidas que gerem receio sobre a consolidação fiscal aumentam o risco Brasil e desvalorizam o real, o que culmina em um aumento nos preços dos combustíveis.
“Entendo a demanda do Congresso e da população, mas cabe a nós mostrar que determinadas medidas darão resultado oposto ao esperado. Se queremos reduzir o preço dos combustíveis, precisamos tomar medidas estruturais que atraiam investimentos e valorizem o real”, afirmou.
O Congresso discute a aprovação de projetos para tentar reduzir os preços de combustíveis. Um dos textos amplia o programa que distribui vale-gás a famílias carentes e altera a apuração do ICMS sobre combustíveis. Outra medida cria um fundo de estabilização de preços desses produtos.
Na quarta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que ambos os projetos estarão na mesa para votação na próxima semana.
O governo também chegou a defender o corte de tributos que incidem sobre combustíveis, medida que a equipe econômica é contra. Ainda não há definição sobre eventual apresentação ou votação dessa iniciativa no Congresso.
De acordo com Sachsida, o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil será ampliado se os mercados de capital e crédito forem fortalecidos. Ele também defendeu a aprovação de marcos regulatórios e das privatizações da Eletrobras (SA:ELET3) e dos Correios.