GENEBRA (Reuters) - Uma ampla oferta, expectativas de grandes safras e exportações mais fracas dos Estados Unidos deverão pressionar para baixo os preços dos grãos ainda neste ano, e milho e trigo poderão cair para mínimas em 10 anos conforme se aproximam os períodos de colheita, afirmou a consultoria AgResource nesta sexta-feira.
Em sua primeira projeção de preços em 2016, a consultoria com sede nos Estados Unidos prevê que o milho para dezembro na bolsa de Chicago (CBOT) deverá cair 25 por cento, para 2,80 dólares por bushel, conforme a safra fica mais próxima e este se torna o primeiro contrato. Seria o menor nível para o primeiro contrato desde outubro de 2006.
Já o trigo para julho deverá cair cerca de 14 por cento, para 4 dólares por bushel, menor nível desde setembro de 2006, enquanto a soja para novembro deve ter retração de 17 por cento, para 7,60 dólares por bushel, mínima desde maio de 2007, disse à Reuters o presidente da AgResource, Dan Basse.
"Para o milho, você tem uma produção recorde nos EUA e na Argentina neste ano, e as duas combinadas levam a (um preço de) 2,80 dólares por bushel", disse ele, nos bastidores de um evento sobre grãos em Genebra.
Com expectativa de crescimento também para a safra brasileira de milho, Basse descreveu a América do Sul como uma "potência exportadora" cujas colheitas deverão mudar estruturalmente o mercado global.
Para a soja, os principais fatores por trás da queda nos preços deverão ser a ampla oferta, principalmente na América do Sul, bem como uma menor demanda por farelo de soja na China.
"No próximo ano, o Brasil irá produzir mais soja do que os EUA pela primeira vez na história", destacou.
(Por Sybille de La Hamaide)