Por Marcelo Teixeira e Nigel Hunt
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE fecharam em alta de quase 4% nesta quinta-feira, com traders conversando sobre prováveis reduções adicionais na safra do Brasil, devido à forte seca e três ondas de geadas atingindo áreas agrícolas no maior exportador do mundo.
AÇÚCAR
* O açúcar bruto para outubro fechou em alta de 0,69 centavo de dólar, ou 3,8%, em 18,62 centavos de dólar por libra-peso.
* Operadores afirmaram que as expectativas de que o clima seco prolongado e as recentes geadas irão afetar a produção de açúcar no Brasil e continuar a oferecer suporte aos preços.
* "Basicamente, parece que todas as coisas relacionadas ao clima estão se atualizando... Todo mundo está otimista", disse um corretor de açúcar com sede nos Estados Unidos.
* "Parece que mais analistas estão reduzindo suas estimativas da safra brasileira e, portanto, o déficit de 2021/22 está aumentando", disse um segundo corretor, citando conversas no mercado sobre alguns grandes traders de commodities trabalhando com projeções mais baixas.
* O Brasil já colheria uma safra de cana-de-açúcar 10% menor este ano, devido à pior seca em 90 anos, mas as geadas recentes podem ter piorado a situação.
* O açúcar branco para outubro avançou 14,50 dólares, ou 3,2%, para 461,80 dólares a tonelada.
CAFÉ
* O café arábica para setembro fechou em alta de 1,25 centavo de dólar, ou 0,7%, em 1,769 dólar por libra-peso.
* Os operadores citaram cautela e incerteza sobre as perspectivas da safra de café do próximo ano no Brasil, após as geadas recentes.
* A consultoria Safras & Mercado estima que os produtores brasileiros colheram 84% da safra de café até agora, basicamente alinhado com a média histórica.
* O café robusta para setembro fechou em queda de 6 dólares, ou 0,3%, em 1.764 dólares a tonelada.
* O mercado estava morno para os principais exportadores da Ásia esta semana, com baixa demanda no setor de grãos do Vietnã devido à falta de contêineres, enquanto uma piora na crise do coronavírus na Indonésia atrapalhava o comércio.
(Por Marcelo Teixeira e Nigel Hunt)