(Reuters) - As disputas internas na Opep estão crescendo com membros argumentando em favor de uma política para sustentar um preço justo para o petróleo e aumentar as receitas, na medida que os produtores sentem o efeito dos preços baixos da commodity, mostrou um documento interno da Organização dos Países Exportadores de Petróleo obtido pela Reuters nesta semana.
Um esboço do relatório estratégico de longo prazo do cartel traz comentários do Irã, Argélia e Iraque, e sugestões do Irã e Argélia para medidas de apoio aos preços, tais como um preço-alvo ou preço mínimo ou a volta de um sistema de cotas da Opep.
Os preços do petróleo caíram para menos da metade, abaixo de 50 dólares por barril, desde junho de 2014, em uma queda que se aprofundou após a Opep ter mudado em 2014 a estratégia com o objetivo de proteger sua participação no mercado, em vez de reduzir a oferta para sustentar preços, como fez no passado.
A mudança de estratégia foi liderada pela Arábia Saudita, apoiada por outros membros relativamente ricos do Golfo. Outros, incluindo Venezuela, Irã e Argélia, continuam a pedir cortes de produção.
"A Opep deve estar preparada para estabelecer e defender um preço mínimo, em particular, e para aceitar um troca temporária entre menor participação de mercado e receitas mais elevadas", comentou Argélia no esboço do relatório.
"É nossa recomendação acertar um preço justo e razoável (banda), em seguida, tentar apoiá-lo, desde que esse preço seja justo e razoável " disse um dos comentários do Irã.
Principal produtor de petróleo, a Arábia Saudita, no entanto, diz que o mercado determina os preços do petróleo. O reino não fez um comentário sobre o esboço do relatório.
Governadores da Opep, representantes oficiais dos países-membros, vão se reunir na sede do grupo em Viena esta semana para chegar a acordo sobre a versão final do relatório.