Por Jessica Resnick-Ault
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram para os menores níveis em mais de um ano nesta segunda-feira, uma vez que o surto de coronavírus reduziu a demanda pela commodity na China, enquanto abre espaço para possíveis cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados.
O petróleo Brent fechou em queda de 2,17 dólares, ou 3,8%, a 54,45 dólares por barril, menor cotação desde janeiro do ano passado.
Já o petróleo dos Estados Unidos recuou 1,45 dólar, para 50,12 dólares o barril, após tocar mínima de 49,91 dólares na sessão. O valor de referência norte-americano também registrou o menor nível desde janeiro de 2019.
"Nós nunca vimos um evento de destruição de demanda nessa escala e se movendo tão rapidamente", disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group em Chicago.
À medida que o surto da doença afeta a demanda por combustíveis na China, maior importadora de petróleo do mundo, a Sinopec pediu para que suas refinarias reduzam operações neste mês em cerca de 600 mil barris por dia (bpd), ou 12%, o corte mais acentuado em mais de uma década.
Diante do impacto do coronavírus sobre a demanda, a Opep e aliados, que formam o grupo conhecido como Opep+, estão considerando cortes adicionais de produção de 500 mil bpd, disseram à Reuters três fontes da Opep e uma fonte do setor.
"O mercado precisa de garantias de que a equação oferta/demanda permanece equilibrada para que os preços cheguem a um piso. Isso sugere um comprometimento da Opep não apenas com a extensão dos cortes de oferta de petróleo, mas até mesmo com a implementação de cortes ainda mais profundos a partir de março", disse Hussein Sayed, analista da FXTM.
(Reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafedin em Londres e Florence Tan em Cingapura)