SÃO PETERSBURGO (Reuters) - Os produtores de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) podem estar gastando seus esforços ao cortar a produção, uma vez que a crescente produção dos Estados Unidos ameaça entregar uma nova onda de produto no próximo ano, disse Igor Sechin, presidente da petroleira russa Rosneft, nesta sexta-feira.
A Opep, que responde por cerca de um terço da produção global, e outros 11 produtores liderados pela Rússia concordaram em cortar sua produção em 1,8 milhão de barris por dia para elevar os baixos preços.
Sechin, um dos aliados mais próximos do presidente russo Vladimir Putin, se opôs durante muito tempo à ideia da Rússia se unir aos cortes, mas relutantemente concordou em fazê-lo após o governo russo decidir agir em acordo com a Opep.
Na sexta-feira, Sechin questionou novamente a eficiência dos cortes que foram estendidos na semana passada até março de 2018, alegando que produtores de petróleo estavam perdendo participação de mercado para empresas dos EUA que não estão dentro do acordo.
Ele também criticou o acordo entre a Opep e produtores de fora do grupo, dizendo que ele dá apenas um respiro temporário ao mercado.
"Essas dificilmente são medidas sistêmicas", disse Sechin ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, do qual participaram executivos globais de energia e autoridades, incluindo o ministro de Energia saudita, Khalid al-Falih.
(Por Dmitry Zhdannikov e Olesya Astakhova)