SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, suspendeu uma decisão liminar que protegia um grupo de empresas de custos com o chamado "risco hidrológico" na operação de usinas hidrelétricas, atendendo parcialmente pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que tenta acabar com uma longa e bilionária disputa jurídica no mercado de eletricidade.
Em decisão assinada na segunda-feira, Noronha escreveu que "prevalece no STJ o entendimento de que o Poder Judiciário não pode adentrar a seara técnica de regulação do mercado de energia elétrica para, em liminar, substituir-se ao órgão regulador".
A decisão beneficiava empresas ligadas à Associação Brasileira de Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine).
O advogado da Apine, Julião Coelho, disse que a decisão resultará em cobranças para as elétricas nas próximas liquidações financeiras de operações do mercado, mas não resultará na cobrança imediata de valores represados pela liminar entre julho de 2015 e fevereiro de 2018, como queria a Aneel em seu pedido junto ao presidente do STJ.
"O passado foi preservado", disse ele à Reuters.
(Por Luciano Costa)