Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações do agronegócio brasileiro atingiram 10,23 bilhões de dólares em janeiro, alta de 16,5% no comparativo anual e um recorde para o mês, com incrementos de 10,5% nos preços médios dos produtos e 5,5% no volume embarcado, mostraram dados do Ministério da Agricultura nesta quinta-feira.
De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do ministério, os produtos exportados que mais se destacaram no primeiro mês do ano foram o milho, as carnes (bovina, suína e de frango) e o açúcar.
As vendas externas de milho tiveram um volume recorde para meses de janeiro, com 6,2 milhões de toneladas, e com isso a receita disparou 166,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 1,8 bilhão de dólares.
"Alguns fatores influenciaram este resultado: ritmo lento da colheita de soja, que viabilizou a logística de transporte para o cereal; a continuidade do conflito na Ucrânia, que reduziu a produção de um importante fornecedor mundial de milho, e a demanda da China, a partir da autorização para comercialização em novembro do ano passado", disse o ministério.
As exportações do complexo carnes somaram quase 2 bilhões de dólares, também recorde para o primeiro mês do ano, mostraram os dados.
A carne bovina correspondeu a 848 milhões de dólares e o volume exportado foi de 182 mil toneladas. A China continua como a maior importadora desta proteína, com aquisição de 57% do valor exportado.
Segundo a SCRI, a oferta de carne de frango no mundo foi afetada pela incidência de gripe aviária em grandes regiões produtoras. Este fato possibilitou o forte aumento da quantidade exportada pelo Brasil e influenciou a formação do preço internacional da proteína.
Com isso, os embarques de frango em janeiro também tiveram volume recorde e alto preço médio de exportação, somando 839 milhões de dólares e 409 mil toneladas. Os principais destinos foram China, Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Já a carne suína somou 210 milhões de dólares em janeiro deste ano, valor também recorde para os meses de janeiro. A China comprou mais da metade desse valor.
"A forte demanda chinesa por proteína animal foi determinada pelo período de celebração do Ano Novo Lunar chinês, que se iniciou no fim de janeiro", acrescentou a pasta.