HOUSTON (Reuters) - A demanda por estocagem de petróleo no Caribe, um dos mais importantes centros de distribuição de petróleo no mundo, está subindo à medida que produtores e comerciantes tentam aproveitar o maior recuo de preços em seis anos, guardando um maior volume do produto ou fazendo misturas que possam ser vendidas com prêmios.
Na última vez que os tanques na ilhas do Caribe estiveram tão cheios, durante o colapso dos preços em 2009, companhias começaram a alugar navios para serem usados como estocagem flutuante.
Não é o que está acontecendo no momento, mas a única maneira de se conseguir espaço em tanques no momento é sublocando, disse um corretor de estocagem com décadas de experiência.
Desde junho, apenas a empresa dele já recebeu pedidos para locar cerca de 7,5 milhões de barris em estocagem na região, que tem cerca de 100 milhões de barris em capacidade. O volume é bastante superior aos dos últimos meses, embora não existam estatísticas oficiais disponíveis.
"Estamos em 100 por cento da nossa capacidade", disse um porta-voz da NuStar Energy, referindo-se aos espaços contratados no terminal da empresa em St. Eustatius, que tem capacidade de 13 milhões de barris.
A Buckeye Partners, que tem cerca de um terço da capacidade de estocagem da região, exceto tanques em refinarias, já arrendou tanques que está construindo em St. Lucia.
A venezuelana PDVSA, a brasileira Petrobras (SA:PETR4) e a anglo-holandesa Shell regularmente usam os terminais da Buckeye em St. Lucia e nas Bahamas, segundo dados de fluxo de comércio da Thomson Reuters. As companhias não comentaram.
A estrutura atual do mercado, com preços em contango, na qual os barris para entrega no final do ano estão mais caros que os de pronta entrega, fornecem a razão financeira para estocar e travar preços em bolsa.
Operadores apostam que os preços irão subir depois de uma queda de 60 por cento.
"O mercado futuro observável oferece uma boa indicação do incentivo para estocar petróleo", disse um porta-voz da Statoil , que gerencia um terminal nas Bahamas.
(Por Marianna Parraga)