BRASÍLIA (Reuters) - O candidato a vice-presidente na coligação de Jair Bolsonaro, o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta terça-feira que pretende representar o colega de chapa em debates e sugeriu até uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir sua presença.
"Vai depender da autorização do tribunal, porque vamos lembrar que quando estava aquela situação do Lula e Haddad não foi permitido, apesar de serem situações distintas. A gente pode tentar, vamos ver isso aí, solicitar ao tribunal que autorize, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa", disse Mourão a jornalistas, após desembarcar em Brasília.
Formalmente, porém, cabe à cúpula da chapa acionar o TSE sobre essa possibilidade de substituição temporária de Bolsonaro em compromissos de campanha na TV.
Líder nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro foi esfaqueado na semana passada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), onde passou por uma cirurgia de emergência, e se recupera internado em um hospital em São Paulo.
Mourão disse que continua com a mesma atuação na campanha de antes, participando de reuniões com grupos de empresários, associações comerciais, produtores rurais e palestras em grupos fechados. Questionado se seria o caso de ir a eventos na rua, ele disse que pode ir em "alguns", porque não é "da rua".
"O cara da rua é ele. Ele que é o mito, o líder de massa", disse. "Semana que vem vou a São Paulo. Ao interior, mas esse negócio de ser carregado pelos ombros, isso pertence a ele, não a mim", completou o candidato a vice.
Mourão afirmou que a segurança dele tem sido feita por amigos e considerou que, por enquanto, não é o caso de contar com escolta.
(Por Ricardo Brito)