Moscou, 20 out (EFE).- A Rússia ampliou nesta segunda-feira o embargo a produtos e alimentos procedentes da União Europeia (UE) ao proibir também a importação de farinhas e gorduras animais, e outros subprodutos destinados à alimentação.
Essa proibição "temporária", que entrará em vigor a partir de amanhã, foi adotada após a detecção de "inumeráveis" substâncias proibidas e tóxicas nas cargas procedentes da UE, segundo informou o Serviço de Inspeção Agropecuária da Rússia (Rosseljoznadzor) em comunicado.
Os novos alimentos proibidos incluem subprodutos de carne bovina e suína, além de farinha animal e gorduras bovina, suína (incluindo banha) e avícola.
O subchefe do Rosseljoznadzor, Yevgueni Nepoklonov, já informou sobre a medida ao departamento veterinário correspondente da Comissão Europeia.
Como ressalva, a produção que cruza a fronteira russa antes do próximo dia 26 de outubro será submetida às correspondentes análises de laboratório para confirmar sua segurança.
No sábado, o serviço encarregado do controle veterinário e fitossanitário já limitou a importação de subprodutos da UE devido à violação das normas sanitárias que regem na União Aduaneira, que é integrada por Rússia, Belarus e Cazaquistão.
Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, advertiu à União Europeia que será difícil para o bloco voltar ao mercado russo, uma vez que este seja ocupado por empresas latino-americanas e asiáticas.
"O perigo para nossos tradicionais fornecedores é que, quando uma companhia se assenta em um mercado, neste caso no russo, será muito difícil tira-la depois, se não impossível", disse.
De acordo com Putin, "as companhias europeias o entendem, motivo pelo qual estão muito decepcionadas com seus governos" por sua política de sanções contra Moscou.
No início de agosto, Putin proibiu as importações de alimentos, frutas, verduras e lácteos ocidentais a UE, Estados Unidos e Canadá, entre outros, em resposta às sanções contra a Rússia por seu papel no conflito ucraniano.
A proibição das importações alimentícias ocidentais introduzida pelo Kremlin já provocou um aumento dos preços, apesar das impetuosas tentativas do governo para impedi-lo.
No início de outubro, a imprensa local informou que os preços da carne de frango e porco aumentaram desde janeiro passado entre 20% e 25%.