Moscou, 12 abr (EFE).- Rússia e Arábia Saudita alcançaram nesta terça-feira um princípio de acordo sobre o congelamento da extração de petróleo, às vésperas da reunião de exportadores que será realizada na próxima semana em Doha.
"Hoje houve contatos entre representantes da Arábia Saudita e Rússia, durante os quais chegaram a um consenso sobre o congelamento da extração de petróleo", informaram fontes diplomáticas à agência russa "Interfax".
A Arábia Saudita explicou em Doha à parte russa que sua decisão final não se verá influída pela postura do Irã, que se nega a congelar a extração, já que acaba de retomar as exportações de petróleo após a suspensão das sanções internacionais, acrescentou a fonte.
A Rússia se mostrou disposta a fazer uma exceção com Teerã, que não limitará a produção até que alcance os níveis anteriores à entrada em vigor das sanções.
Recentemente, o governo russo antecipou que aumentará neste ano a extração em relação a 2015, mas a manterá nos níveis de janeiro, em linha com o pré-acordo de congelamento da produção alcançado em fevereiro com Venezuela, Arábia Saudita e Catar.
"A extração de petróleo aumentará como parte dos acordos de Doha. Oscilará entre as 536 e 540 milhões de toneladas", disse o vice-ministro de Energia russo, Alexei Teksler.
Segundo ele, esses números representarão um leve aumento em relação aos volumes de 2015, quando foram extraídas 534,2 milhões de toneladas de petróleo.
Entretanto, a Rússia mantém seu compromisso de conservar durante todo o ano os níveis de extração de janeiro, quando aumentaram 1,5% em relação a 2015, e para isso mantém "um controle diário" sobre a produção das diferentes jazidas do país.
A Rússia se comprometeu a congelar a extração, mas com a condição de que esse passo seja seguido pelos demais exportadores de petróleo.
A proposta de congelamento será abordada pelos países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, além de outros Estados produtores, como a Rússia, no próximo dia 17 em Doha.
O objetivo desta medida é estabilizar o preço do petróleo nos mercados internacionais, já que ele despencou para seu nível mais baixo em 12 anos devido a um excesso de oferta.
O ministro da Energia russo, Aleksandr Novak, que sempre se mostrou resistente a uma possível redução da extração, afirmou que US$ 50 por barril seria um preço razoável para exportadores e consumidores e descartou um possível retorno ao patamar de US$ 100 de meados de 2014.