Moscou, 8 mai (EFE).- Rússia e China assinaram nesta sexta-feira um acordo para a provisão de gás russo ao gigante asiático pela chamada via ocidental por um prazo de 30 anos, no marco da visita a Moscou do presidente da China, Xi Jinping.
"O acordo assinado hoje é praticamente parte do futuro contrato. São mais de dez cláusulas que têm um caráter juridicamente vinculativo", declarou Alexei Miller, o presidente do consórcio gasístico Gazprom.
O acordo, que estipula as condições da provisão, foi assinado no Kremlin por Miller e pelo vice-presidente da China National Petroleum Corporation (CNPC), a maior petrolífera chinesa, Wang Dongjin.
Segundo dito acordo, ambas as partes se comprometem a fazer um gasoduto com uma capacidade de bombeamento de 30 bilhões de metros cúbicos de gás anuais, informam meios de comunicação locais.
Além disso, russos e chineses se comprometeram a negociar em um futuro um possível aumento da provisão pela rota ocidental até os 100 bilhões de metros cúbicos por ano, para o qual seria preciso acrescentar ao gasoduto outros dois fios.
A Rússia forneceria esse gás à China através da região montanhosa de República Altaica, que faz limite com a instável região chinesa de Xinjiang, de maioria muçulmana.
A cerimônia da assinatura aconteceu na presença de Xi e do presidente russo, Vladimir Putin, que assistirão no sábado na Praça Vermelha um grandioso desfile militar para celebrar o 70° aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Até agora, a China tinha se negado a dar sinal verde à provisão de gás russo por Xinjiang, dizendo que Moscou exigia preços europeus, ou seja, cerca dos US$ 500 por cada mil metros cúbicos.
Há um ano Putin assinou durante sua visita à China um histórico acordo para a provisão de 38 bilhões de metros cúbicos de gás anuais pela rota oriental através do gasoduto conhecido como "Força da Sibéria".