VLADIVOSTOK, Rússia (Reuters) - A Rússia pode aumentar a produção de petróleo em um terço, para mais de 14 milhões de barris por dia (bpd) nas próximas duas décadas, disse o mais poderoso executivo do setor no país, enquanto Moscou mira mercados asiáticos em expansão.
A Rússia já é o maior produtor de petróleo do mundo, e mantém uma produção próxima dos picos registrados na era pós-União Soviética, de 10,7 milhões de bpd, graças à desvalorização do rublo, que compensa o impacto dos baixos preços do petróleo, ao baratear os custos de produção.
O aumento proposto para a produção de petróleo na Rússia sinaliza que Moscou não deve agir para dar sustentação aos preços em queda, uma posição similar à da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em um movimento para defender fatia de mercado.
"Nossa posição é de que a produção anual de petróleo da Rússia pode no futuro alcançar 700 milhões de toneladas (14 milhões de bpd) e ainda crescer", disse o principal executivo da maior produtora de petróleo do mundo listada em bolsa, a Rosneft, Igor Sechin, durante um fórum.
A Rússia planeja ao menos dobrar os fluxos de petróleo e gás para a Ásia nos próximos 20 anos, enviando ao menos um terço de seu petróleo e gás para a região.
Essa é uma mudança em relação às rotas tradicionais para o oeste, que remontam aos tempos soviéticos, quando a Europa era o único mercado capaz de absorver a oferta russa de combustíveis.
Sechin disse que a Rússia pode aumentar as exportações de gás para a China para 300 bilhões de metros cúbicos por ano, ante 0,2 bilhões enviados o ano passado, segundo dados da BP.
(Por Katya Golubkova; reportagem adicional de Lidia Kelly e Denis Dyomkin)