Por Polina Devitt
MOSCOU (Reuters) - A Rússia pode semear menos trigo de inverno neste outono do que o esperado devido ao clima seco, disseram analistas, diminuindo ainda mais as perspectivas para a safra de 2022 do maior exportador de trigo do mundo.
A Rússia, que fornece seu trigo principalmente para Oriente Médio e África, tem sido atingida pelo clima seco que inicialmente reduziu sua safra de trigo de 2021 e depois complicou a semeadura para a safra de 2022.
As semeaduras de trigo de inverno ficaram ainda mais para trás do ritmo normal nos últimos dias, após atrasos iniciais quando a campanha começou neste outono.
A área total de plantio de trigo de inverno da Rússia pode cair de 0,7 milhão a 1,2 milhão de hectares em relação ao ano anterior, disse a consultoria Sovecon. A IKAR, outra consultoria, vê atualmente uma redução de 0,5 milhão a 1 milhão de hectares ante 17,8 milhões de hectares plantados há um ano.
A Sovecon e a IKAR previram uma redução de 0,5 milhão a 1 milhão e 0,5 milhão de hectares, respectivamente, em meados de setembro.
O trigo de inverno, semeado no outono para a colheita no verão, normalmente responde por 70% da safra da Rússia, traz um rendimento maior do que a safra plantada na primavera e é menos vulnerável a clima adverso.
Os agricultores semearam grãos de inverno em 10,8 milhões de hectares em 30 de setembro, abaixo dos 12,3 milhões de hectares na mesma data um ano atrás, de acordo com o Ministério da Agricultura. Não há dados publicamente disponíveis apenas para o trigo de inverno.
Dados preliminares das regiões russas mostram que os agricultores poderiam plantar cerca de 19 milhões de hectares de grãos de inverno, disse o ministério à Reuters. A área totalizou 19,3 milhões de hectares no ano passado.