SÃO PAULO (Reuters) - Com a expectativa de um maior rendimento das lavouras de soja na atual temporada, a produção da oleaginosa do Brasil deve atingir um recorde de 124,3 milhões de toneladas no ciclo 2019/20, previu nesta quinta-feira a Agroconsult.
Se confirmada a nova projeção de safra, o total produzido aumentará 4,45% ante a temporada anterior, vista pela consultoria em 119 milhões de toneladas.
A Agroconsult, que vai a campo inspecionar as principais regiões produtoras do País a partir da próxima semana, havia previsto a colheita de 124 milhões de toneladas no Brasil em dezembro.
Em projeções divulgadas antes do tradicional Rally da Safra, a Agroconsult estimou o plantio de soja do país em 36,7 milhões de hectares, ante 35,9 milhões de hectares no ciclo anterior.
Já a produtividade da oleaginosa brasileira deve avançar para 56,5 sacas de 60 kg por hectare na atual temporada, contra 55,2 sacas por hectare no ciclo anterior, acrescentou a consultoria. Ainda ficaria abaixo do recorde, de 57,9 sacas, registrado em 2017/18.
"No Mato Grosso, principal estado produtor, o plantio da soja ocorreu dentro do calendário, e há chances de se estabelecer um novo recorde de produção," André Pessoa, presidente da Agroconsult, disse a jornalistas.
A consultoria estima uma aumento de quase 1% na produtividade do Estado, maior produtor nacional, para 57,5 sacas por hectare, disse.
Por outro lado, há preocupação quanto aos efeitos da seca nas lavouras do Rio Grande do Sul, um dos mais importantes produtores de grãos do país, onde as poucas chuvas danificaram as semeaduras iniciais de soja, Pessoa afirmou.
"Chuvas irregulares e em baixos volumes em dezembro causaram danos nas áreas de soja precoce," disse Pessoa referindo-se aos produtores gaúchos.
Em Mato Grosso do Sul, onde os chamados "veranicos" atrasaram o plantio da oleaginosa em novembro, as lavouras recuperaram parcialmente o potencial produtivo após a regularização do regime de chuvas, segundo a Agroconsult.
No Estado sul-mato-grossense, a produtividade deve aumentar quase 11%, após uma seca registrada na temporada passada.
(Por Ana Mano)