Por Julie Ingwersen
CHICAGO (Reuters) - Os agricultores dos Estados Unidos expandiram as plantações de trigo de inverno em 11% em relação ao ano anterior, para um pico de oito anos, mas a pior seca em vários anos ameaça as produtividades nas Planícies.
Os produtores foram incentivados pelos altos preços do trigo ligados a preocupações com o abastecimento de alimentos após a invasão russa na Ucrânia, bem como por custos relativamente baixos de insumos e expansão de programas de seguro de safra.
Mas mesmo com os acres adicionados há dúvidas sobre as perspectivas de colheita, especialmente em importantes Estados produtores, como Kansas e Oklahoma.
Um aumento na precipitação nos últimos dias é benéfico, mas não será suficiente para reviver a safra, dizem os especialistas.
Como resultado, as exportações de trigo dos EUA, projetadas em uma mínima de 51 anos no ano comercial iniciado em 1º de junho de 2022, provavelmente não melhorarão significativamente na próxima temporada, apesar dos esforços do governo Biden para aumentar a produção de alimentos dos EUA após a guerra na Ucrânia.
O trigo de inverno normalmente representa cerca de dois terços da produção dos EUA, com o restante plantado na primavera, e os EUA perderam participação de mercado para outros exportadores de trigo, incluindo a Rússia, nos últimos anos.
"Como a safra foi plantada tão tarde e está estressada devido à falta de umidade, provavelmente veremos uma redução no rendimento", disse Mike Schulte, diretor executivo da Comissão do Trigo de Oklahoma.
A safra é plantada no outono do Hemisfério Norte e permanece adormecida durante o inverno, aguardando as chuvas da primavera que serão cruciais para determinar se os agricultores poderão colher ou se buscarão reduzir suas perdas plantando outra cultura no local.