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Seca derruba 2ª safra de milho do Brasil e importação deve dobrar, diz Agroconsult

Publicado 24.06.2021, 15:30
© Reuters. Lavoura de milho
26/04/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino
ZC
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Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) - A segunda safra de milho do Brasil 2020/21 deve alcançar 65,3 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira a consultoria Agroconsult, ao reduzir sua projeção ante o volume de 66,2 milhões apontado em maio, devido a impactos da seca e do plantio tardio.

Com isso, a estimativa para a produção nacional do cereal foi rebaixada em 900 mil toneladas ante maio, para 90,2 milhões de toneladas, o que deve reduzir as exportações do país a 24,2 milhões de toneladas e fazer com que as importações dobrem.

Segundo a consultoria, as compras externas --que consideram o ano-comercial de fevereiro/21 a janeiro/22 -- devem atingir 3 milhões de toneladas, ante 1,5 milhão no ciclo anterior.

"E ainda pode ser um pouco mais", disse o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, sobre a importação, dada a forte demanda local.

No caso das exportações, cuja perspectiva de maio apontava para 26 milhões de toneladas, Pessôa lembrou que o desempenho atual representa uma perda em torno de 10 milhões de toneladas, comparada a anos anteriores.

As expectativas para a produção de milho tiveram como base análises feitas durante a expedição Rally da Safra que, antes de ir a campo, chegaram a projetar a segunda safra do cereal em 83,9 milhões de toneladas, em meados de janeiro.

Com perdas em praticamente todos os Estados produtores, a consultoria estimou a produtividade média do cereal no Brasil em 74 sacas por hectare, 22,2% menor no comparativo anual.

No entanto, regiões como o Paraná tiveram quebra anual acima de 30% na produtividade, para 58 sacas por hectare, ressaltou Pessôa. Em Mato Grosso do Sul, onde algumas áreas enfrentaram veranicos de 60-70 dias, o rendimento caiu 35%, para 54,5 sacas por hectare.

Estas foram as produtividades mais baixas para uma "safrinha" do Paraná e Mato Grosso do Sul desde o ciclo 2008/09, conforme dados da Agroconsult.

"Uma das particularidades desta segunda safra foi o plantio mais tardio da história, expondo grande parte da área a um risco climático elevado", disse o diretor.

"O que não se esperava era um março, um abril e início de maio com tão pouca chuva", acrescentou.

Sobre o Paraná, ele destacou que foram vistos produtores que ainda semeavam a cultura em maio, com extremo atraso em relação à janela ideal de plantio que se fecha em março.

Neste cenário, muitas lavouras ainda estão em fases importantes de desenvolvimento e, portanto, Pessôa alerta que há risco de impacto vindo de geadas.

BALANÇO POSITIVO

Os resultados poderiam ser ainda piores, mas o aumento na área de plantio e o desempenho do milho em Mato Grosso vieram para contrabalançar.

"A estimativa para a produtividade média no Estado (Mato Grosso) é de 94,5 sacas por hectare --14% abaixo da safra anterior, mas longe de ser um desastre. Não chegou a haver períodos de estiagem tão prolongados quanto em outras regiões, embora a chuva tenha sido irregular e mal distribuída."

© Reuters. Lavoura de milho
26/04/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino

O diretor da Agroconsult também ressaltou que no "Mapito" --região agrícola do Maranhão, Tocantins e Piauí-- as médias também devem ficar um pouco inferiores às da safra passada, mas ainda assim as lavouras terão um bom rendimento.

Com relação à área, o plantio no país avançou 9,3% ante a safra anterior, para 14,7 milhões de hectares, e a consultoria ainda fez um pequeno ajuste positivo ante a previsão de maio, que indicava 14,4 milhões de hectares.

(Por Nayara Figueiredo)

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