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SÃO PAULO, 1 Dez (Reuters) - A produção de soja do Brasil 2025/26 foi estimada nesta segunda-feira em recorde de 177,2 milhões de toneladas, mas com uma queda de 0,9% na comparação com a previsão do mês passado, apontou a consultoria StoneX em relatório, citando problemas relacionados ao clima em Mato Grosso e Goiás.
A StoneX reduziu ainda a previsão de segunda safra de milho do Brasil, com impacto na colheita total, citando atrasos no ciclo da soja devido à irregularidade das chuvas.
No caso da soja, a redução resulta principalmente de um ajuste negativo na produtividade, apesar do leve aumento da área plantada.
"As irregularidades nas precipitações, especialmente em regiões de grande peso na produção brasileira, seguem impactando o potencial produtivo", afirmou a StoneX em relatório.
De acordo com a especialista de Inteligência de Mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi, os Estados de Mato Grosso e Goiás apresentaram cortes na produtividade estimada.
"No maior produtor do país, Mato Grosso, também houve um leve recuo na área plantada, devido a atrasos no plantio e à necessidade de replantio em algumas localidades", disse ela.
O clima seguirá sendo peça-chave nas próximas projeções para a safra do Brasil, maior produtor e exportador global de soja.
"A consolidação do potencial produtivo dependerá do comportamento das chuvas nos próximos meses. Uma regularização das precipitações será essencial para confirmar as expectativas da safra", disse Lodi, em nota.
SAFRA MENOR DE MILHO
Ainda que a segunda safra de milho só seja plantada após a colheita da soja, a StoneX reduziu a projeção para o cereal, estimando 105,8 milhões de toneladas, queda de 1,1% em relação ao mês anterior.
"Persistem preocupações com os atrasos no ciclo da soja, que podem afetar o início do plantio do milho safrinha -- etapa que apresenta menores riscos quando implantada mais cedo", apontou o relatório.
Considerando as três safras de milho, incluindo a terceira, prevista em 2,5 milhões de toneladas, a produção total do ciclo 2025/26 é estimada em 134,4 milhões de toneladas, volume 0,6% abaixo do divulgado em novembro.
"O comportamento climático seguirá central para a definição do potencial produtivo do milho nos próximos meses", disse Lodi.
Por outro lado, a StoneX elevou a projeção da primeira safra em 1,9% na comparação com o levantamento anterior, para 26,1 milhões de toneladas.
"O ajuste foi impulsionado pelo crescimento da área prevista em Estados do Norte e Nordeste, onde o plantio da primeira safra costuma ocorrer mais tarde", disse a StoneX, citando ainda "bom desenvolvimento" das lavouras no Rio Grande do Sul, tradicionalmente o principal produtor de milho verão.
O Brasil é o maior produtor e exportador de soja, enquanto tem sido o segundo exportador global de milho.
(Por Roberto Samora e Fernando Cardoso)
