BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou nesta quinta-feira que a aprovação pela Câmara dos Deputados na véspera do polêmico projeto de lei que regulamenta a contratação de trabalhadores terceirizados "não foi boa", e que espera que o texto seja corrigido pelo Senado.
Em votação apertada na quarta-feira, por 230 votos a 203, deputados aprovaram um emenda "aglutinativa" que reuniu diversos pontos polêmicos do projeto, inclusive a permissão de contratação de mão de obra terceirizada para atividades-fim no setor privado.
"Esperamos que o Senado venha a corrigir, especialmente na questão da atividade-fim, que pode causar quarteirização", disse o ministro a jornalistas.
Pelas regras atuais, só é permitida a contratação de mão de obra terceirizada para atividades-meio da empresa. Entidades representantes dos trabalhadores, como a Central Única dos Trabalhadores, e o próprio PT têm criticado este ponto do projeto.
Com a conclusão da votação do projeto na Câmara, o texto segue agora para análise do Senado Federal.
Questionado por jornalistas se a presidente Dilma Rousseff vetaria este ponto caso a extensão da terceirização para atividades-fim seja mantida pelos senadores, Dias afirmou que ainda é cedo para fazer suposições.
"Não posso falar pela presidenta, até porque ainda estamos em fase de discussão no Congresso Nacional ... No momento oportuno o governo vai tomar a decisão que entender melhor para os trabalhadores", disse o ministro.
(Por Marcela Ayres)