Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica norte-americana SunEdison aposta alto na energia solar no Brasil e pretende anunciar em breve uma fábrica de módulos fotovoltaicos no país, com o objetivo de fornecer equipamentos à nascente indústria solar local, na qual a empresa também investe por meio da construção de usinas em uma
joint venture com a Renova, braço de renováveis da estatal mineira de energia Cemig (SA:CMIG4).
"Temos uma parceria com a Renova para o desenvolvimento de projetos solares, uma parceria ativa. Nosso objetivo é atingir o mínimo de 1 gigawatt em projetos solares com a Renova, em quatro, cinco anos", disse o diretor da SunEdison no Brasil, Luis Pita.
A parceria entre as duas empresas, em que cada uma detém 50 por cento de participação, comercializou 60 megawatts em capacidade instalada de usinas solares em leilão realizado pelo governo na semana passada, além de 107 megawatts em um certame realizado em outubro passado.
Ambos empreendimentos resultantes dos leilões deverão iniciar a operação em 2017, o que faz com que a fábrica de módulos fotovoltaicos precise, segundo Pita, iniciar a entrega de equipamentos na metade de 2016.
Com isso, a norte-americana deve fechar muito em breve negociações sobre localização e tamanho da unidade.
"Achamos que vai ser uma oportunidade muito boa no mercado... É uma decisão interna que tem que ser tomada nas próximas semanas. Estamos avaliando, com base nos resultado dos últimos leilões, a demanda que podemos ter, avaliando o tamanho da fábrica", disse Pita, no intervalo de uma conferência em São Paulo, sem dar detalhes sobre o montante do investimento.
O executivo definiu Brasil e México como "de longe" os mercados mais atraentes para energia solar na América Latina, em função do tamanho dos países, das altas tarifas praticadas e do próprio avanço da regulamentação.
Além da parceria com a Renova para desenvolvimento de usinas de maior porte, a SunEdison tem atuado individualmente no país no mercado de geração distribuída, com instalações fotovoltaicas em telhados de residências, comércios e indústrias.
"Estamos atuando nesse mercado já faz três anos. É um foco muito importante de nossa atividade, achamos que geração distribuída é um mercado bem interessante no Brasil... vai crescer", disse o executivo.
Segundo o diretor, a recente desvalorização do real frente ao dólar torna investimentos no Brasil mais baratos para empresas estrangeiras como a SunEdison, mas ao mesmo tempo aumenta custos, devido à grande quantidade de equipamentos importados no setor solar.
"Mas achamos que é um mercado importante, onde temos compromisso forte de permanência. Então é um desafio que temos que contornar", disse Pita.