Por Dmitry Zhdannikov
DAVOS (Reuters) - Executivos de petróleo e produtores do Oriente Médio estão preocupados que tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China coloquem em risco as perspectivas para o crescimento da demanda global por energia e a recuperação nos preços do petróleo.
O presidente chinês Xi Jinping defendeu vigorosamente o livre comércio em Davos na terça-feira, ressaltando o desejo de Pequim de desempenhar um papel global maior à medida que os Estados Unidos se voltam para dentro.
"As duas maiores economias do mundo precisam resolver suas diferenças para o bem-estar da comunidade global", disse o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, que representa o maior exportador de petróleo do mundo, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos.
"Os maiores riscos para os mercados de energia vêm do antagonismo EUA-China, desde questões geopolíticas na Ásia até possíveis guerras comerciais", disse Majid Jafar, presidente da Crescent Petroleum, uma petroleira privada do Oriente Médio, cuja sede fica nos Emirados Árabes.
Xi alertou outros países contra perseguir cegamente seus interesses nacionais, em uma clara referência à política "América Primeiro" de Donald Trump.
Trump, que tomou posse como presidente nesta sexta-feira, prometeu, durante sua campanha, confrontar a China mais agressivamente no comércio, incluindo colocar novas taxas sobre bens importados. A China, maior exportadora de bens do mundo, é altamente dependente do livre comércio e seria fortemente abalada por uma nova onda de protecionismo e uma reação mais ampla contra a globalização.
(Por Dmitry Zhdannikov)