WASHINGTON/LONDRES (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Irã trocaram farpas sobre os preços do petróleo nesta quarta-feira, com Trump culpando a Opep pela alta dos preços da commodity e Teerã acusando-o de estimular a volatilidade depois de ter saído do acordo global de armas nucleares no mês passado.
Trump começou o mais recente toma-lá-da-cá quando reiterou seu ataque à Opep em um tuíte que dizia que os preços do petróleo estavam muito altos e o cartel estava "de volta."
Os preços do petróleo subiram cerca de 60 por cento no último ano depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e alguns produtores não-membros, incluindo a Rússia, começaram a reduzir a oferta em 2017. O cartel se encontrará em 22 e 23 de junho em Viena, e deve começar a aumentar a produção, talvez antes da validade dos limites no fim do ano.
O governador iraniano da Opep, Hossein Kazempour Ardebili, contra-atacou Trump em declaração à Reuters. "Você não pode instituir sanções em dois membros-fundadores da Opep e ainda assim culpar a Opep pela volatilidade dos preços", ele disse, se referindo ao próprio país e à Venezuela. "Isso são negócios, Sr. Presidente, nós achávamos que você sabia disso."
O acordo de oferta de petróleo continuará até o fim de 2018, mas os planos para a sua continuação são incertos. O cálculo mudou depois de Trump ter anunciado em maio que Washington estava se retirando do acordo de 2015 que restringia o programa nuclear do Irã.
A decisão dos EUA tem pressionado clientes europeus e asiáticos a parar de importar petróleo do Irã ou negociar com o país. A Arábia Saudita, rival do Irã e maior produtor da Opep, e a Rússia, maior produtor do mundo e integrante do acordo, já aumentaram a oferta. A Arábia Saudita apoiou a decisão de Trump de sair do acordo nuclear com o Irã.
(Por Susan Heavey, Doina Chiacu e Alex Lawler; Reportagem adicional por Jessica Resnick-Ault)