Por Natalia Zinets
LVIV, Ucrânia (Reuters) - A Ucrânia afirmou nesta quarta-feira que havia risco de vazamento de radiação na extinta usina nuclear de Chernobyl, após a eletricidade do local ter sido cortada, mas o órgão supervisor de energia nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que não via "impacto crítico à segurança".
A empresa nuclear pública Energoatam afirmou que uma linha de alta voltagem foi danificada durante conflitos entre soldados ucranianos e forças russas que estão ocupando a extinta usina, e que ela havia sido cortada da rede elétrica nacional.
A estatal disse que "substâncias radioativas" podem ser emitidas em algum momento, ameaçando outras partes da Ucrânia e da Europa, se não houvesse energia para resfriar combustível nuclear usado na usina que sofreu o pior acidente nuclear do mundo em 1986.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que geradores de reserva a diesel poderiam energizar a usina por apenas 48 horas.
"Depois disso, os sistemas de resfriamento da instalação de armazenamento de resíduos nucleares serão interrompidos, tornando iminente que haja vazamento de radiação", disse, no Twitter. "Peço que a comunidade internacional exija urgentemente que a Rússia pare de atirar e permita que unidades de reparo restaurem o fornecimento de energia."
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse no Twitter que "esse desdobramento viola (um) pilar chave de segurança para garantir fornecimento ininterrupto de energia", mas que "neste caso, a AIEA não vê impacto crítico à segurança".
A usina de Chernobyl, que ainda é radioativa, fica a cerca de 100 kms de Kiev. Seu quarto reator explodiu em abril de 1986 durante um teste de segurança, enviando nuvens de radiação para grande parte da Europa.