BERLIM (Reuters) - A ministra da Defesa da Alemanha disse neste domingo que a União Europeia deve discutir a proibição da importação de gás russo depois que autoridades ucranianas e europeias acusaram as forças russas de cometer atrocidades perto de Kiev.
"Tem que haver uma resposta. Tais crimes não devem ficar sem resposta", afirmou o Ministério da Defesa citando Christine Lambrecht em entrevista à emissora pública ARD.
Até agora, Berlim resistiu aos crescentes pedidos para impor um embargo às importações de energia da Rússia, dizendo que sua economia e a de outros países europeus são muito dependentes deles. A Rússia fornece 40% das necessidades de gás da Europa.
Inflação: Estamos em uma crise de preços ou crise de oferta?
Mas Lambrecht disse que os ministros da UE agora teriam que discutir uma proibição, de acordo com um tweet de seu ministério.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, também pediu no domingo sanções mais duras a Moscou, mas não mencionou o setor de energia.
"Os responsáveis por esses crimes de guerra devem ser responsabilizados. Reforçaremos as sanções contra a Rússia e ajudaremos ainda mais a Ucrânia a se defender", disse ela no Twitter.
A UE vem trabalhando em sanções adicionais há algum tempo, mas o comissário econômico Paolo Gentiloni disse no sábado que quaisquer medidas adicionais não afetariam o setor de energia.
A Ucrânia disse no sábado que assumiu o controle total da região de Kiev pela primeira vez desde que a Rússia lançou sua invasão em 24 de fevereiro. O prefeito de Bucha, uma cidade libertada a 37 quilômetros a noroeste da capital, disse que 300 moradores foi morto pelo exército russo.
O Ministério da Defesa da Rússia negou a alegação, dizendo que imagens e fotografias mostrando cadáveres em Bucha eram "mais uma provocação" de Kiev.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu em um comunicado que organizações internacionais como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) tenham acesso às áreas afetadas para documentar de forma independente o que ele descreveu como atrocidades.
(Por Sabine Siebold, Sarah Marsh e Kerstin Doerr)