Por Kate Abnett
BRUXELAS (Reuters) - Ministros do Meio Ambiente de países da União Europeia aprovaram nesta segunda-feira a posição do grupo para a COP28, concordando em pressionar por um acordo pioneiro no mundo para deixar de utilizar combustíveis fósseis que emitem CO2.
O acordo coloca o bloco de 27 países como um dos mais ambiciosos negociadores no encontro anual da Organização das Nações Unidas (ONU), onde quase 200 nações sentarão à mesa para negociar esforços de combate ao aquecimento global.
Uma decisão central poderá ser tomada caso os países presentes à cúpula, que começa no dia 30 de novembro em Dubai, concordem pela primeira vez em eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. A queima de carvão, petróleo e gás produz os gases apontados como principal causa das mudanças climáticas.
Os 27 países decidiram, por unanimidade, pedir na COP28 que haja a eliminação progressiva de combustíveis fósseis "inabaláveis", o que permitiria que nações continuem queimando carvão, gás e petróleo se usarem tecnologias para "abater", ou seja capturar, as emissões resultantes.
Cerca de dez países — incluindo Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Holanda e Eslovênia — queriam um acordo ainda mais ambicioso, para que todos os combustíveis fósseis fossem gradualmente substituídos.
Contudo, um número similar defendeu com sucesso a redução com tecnologias de abatimento. Nesse grupo, estavam Bulgária, Hungria, Itália, Malta e Polônia.
"Se você ouvir todos os cientistas, é claro que precisamos gradualmente eliminar todos os combustíveis fósseis", disse o ministro holandês do Clima, Rob Jetten.
A divisão na UE reflete as tensões globais sobre o tema. Os países que se opuseram a uma substituição gradual de todos os combustíveis fósseis são as nações mais pobres, que temem o impacto em suas economias.
Países produtores e consumidores de combustíveis fósseis também devem oferecer resistência durante a COP28.
As nações europeias também pediram que subsídios "ineficientes" a combustíveis fósseis sejam eliminados de forma gradual até 2030, e afirmaram que não há espaço para novas usinas termelétricas se o mundo quiser evitar mudanças climáticas graves.
(Reportagem de Kate Abnett)