IPATINGA, Minas Gerais (Reuters) - O presidente-executivo da Usiminas (SA:USIM5), Sergio Leite, afirmou nesta terça-feira que a companhia vê espaço para elevar preços de aços vendidos a distribuidores do país em junho, ecoando comentários feitos pela rival CSN (SA:CSNA3) no final do mês passado.
"O mercado está bastante concorrente. Os preços hoje estão equilibrados para não perdemos espaço no mercado interno para importações", disse Leite a jornalistas durante evento para marcar a reativação do alto forno 1 da companhia na usina em Ipatinga (MG).
"Temos, sim, espaço para aumentar os preços em junho. Temos condição de fazer na distribuição e temos intenção de fazê-lo", disse Leite, sem comentar o nível de reajuste que a empresa poderá anunciar em meados do ano.
Segundo o executivo, a redução da projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2018 no boletim Focus do Banco Central é "um sinal de alerta", uma vez que o ritmo de crescimento da economia "já está muito aquém das necessidades".
Leite afirmou que com a reativação do alto forno de Ipatinga, que estava parado desde 2015, a companhia pretende direcionar sua produção adicional de laminados a quente e a frio para o mercado brasileiro, podendo ainda reduzir a compra de placas de terceiros usadas atualmente pela laminação da Usiminas em Cubatão (SP).
Questionado sobre se a companhia poderá reduzir ainda mais o nível de atividade da usina paulista, que em 2016 deixou de produzir aço bruto diante da queda na demanda brasileira por aço, Leite comentou que a Usiminas não pretende produzir placas em Ipatinga para serem laminadas fora da usina mineira.
(Por Alberto Alerigi Jr.)