SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de fertilizantes no Brasil fecharam o semestre com queda de 9,6 por cento na comparação com o mesmo período do ano anterior, apontaram dados publicados nesta terça-feira pela Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda).
As entregas ao consumidor final encerraram os primeiros seis meses do ano em 11,71 milhões de toneladas, ante 12,95 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2014, com os produtores mais retraídos nas aquisições em meio a preços mais altos, que impactam os custos de produção.
As vendas de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos foram afetadas, segundo a Anda, pela menor demanda de produtores de milho, algodão, soja e de cana-de-açúcar.
O aumento nos preços pagos pelo adubo --com matéria-prima amplamente importada pelo Brasil-- ocorre em função da valorização do dólar e repasse aos preços de diversos produtos, segundo análise publicada nesta terça-feira pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), do governo de São Paulo.
O IEA afirmou também que neste ano ainda há menor antecipação de compras pelos agricultores para a safra de grãos, plantada a partir de meados de setembro.
A elevação da taxa de juros básico da economia (Selic) e a queda dos preços recebidos pelos agricultores para algumas culturas, como o algodão, também têm tido influência nos negócios, segundo o IEA.
Nos últimos anos, a indústria de fertilizantes do Brasil tem registrado seguidos recordes de vendas, diante de consecutivos aumentos da safra de grãos.
IMPORTAÇÃO E PRODUÇÃO
As importações dos fertilizantes alcançaram 9,56 milhões de toneladas no último semestre, queda de 12,8 por cento em relação ao mesmo período de 2014.
Foram registradas reduções nas importações dos fertilizantes nitrogenados de 5,6 por cento, nos fosfatados de 15,8 por cento e nos fertilizantes potássicos de 20,2 por cento.
Já a produção nacional do período de janeiro a junho somou 4,37 milhões de toneladas, aumento de 5,1 por cento ante o mesmo período do ano passado.
Em nutrientes, a produção registrou, respectivamente, crescimentos de 20 por cento nos nitrogenados, de 3,8 por cento nos fosfatados e 6,7 por cento nos potássicos.
(Por Roberto Samora)