Por Marianna Parraga
(Reuters) - A Venezuela está quase um mês atrasada na entrega de petróleo a clientes a partir de seu principal terminal de exportação, segundo dados de embarques, com atrasos crônicos e a redução na produção do país ameaçando levar ao rompimento de contratos da estatal PDVSA se os envios não forem liberados em breve.
A petroleira levantou nos últimos dias a perspectiva de que as entregas poderiam ser interrompidas para algumas das maiores refinarias do mundo, caso ela não consiga acabar com um gargalo em seus navios-tanque que tem contribuído para uma forte queda nas exportações de petróleo, que são a principal receita do país, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Navios-tanque que aguardavam para carregar mais de 24 milhões de barris de petróleo, quase o montante que a PDVSA embarcou em abril, estão parados no principal porto do país para petróleo, segundo os dados.
O acúmulo é tão grande que a companhia disse para alguns consumidores que pode declarar força maior, o que permitiria uma suspensão temporária dos contratos, caso os clientes não aceitem novos termos de entrega.
Os atrasos ajudaram a empurrar para cima os preços do petróleo Brent, que subiam cerca de 1 por cento nesta manhã.
Nesta quinta-feira, mais de 80 navios-tanque estão aguardando em águas venezuelanas, metade deles à espera de serem carregados com petróleo e produtos refinados para exportações, segundo os dados.
Os atrasos têm se acumulado desde maio, quando a PDVSA teve ativos confiscados, o que forçou a companhia a parar de usar instalações no Caribe para armazenar e carregar cargas. Mas o descumprimento de contratos de fornecimento de petróleo pela PDVSA começou há meses, quando a redução na produção se acelerou, segundo documentos internos da companhia.
Em abril, a PDVSA embarcou 1,49 milhão de barris por dia (bpd) em petróleo e combustíveis para seus clientes, ou 665 mil bpd abaixo dos 2,15 milhões contratados, segundo os documentos.
A PDVSA não respondeu a um pedido de comentário.