Caracas, 31 out (EFE).- A Venezuela levará à reunião de ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) uma proposta para se defender do mercado de exploração do petróleo de xisto dos Estados Unidos, informou nesta sexta-feira o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"Nosso ministro (das Relações Exteriores) Rafael Ramírez, está no Equador avaliando, coordenando com o governo do presidente (Rafael) Correa, e vamos levar uma proposta à Opep para nos defendermos deste tipo de produção", disse Maduro, se referindo à exploração de gás e petróleo de xisto feita pelos Estados Unidos.
Segundo o líder venezuelano, a exploração de petróleo e gás de xisto é um "ataque que tenta destruir os países da Opep" e afetar o mercado natural de petróleo.
"Estes métodos, chamados 'fracking' (extração hidráulica), destroem a crosta terrestre e inundaram o mercado, reduzindo o preço do barril", disse Maduro.
A Venezuela, que exporta cerca de 2,5 milhões de barris de petróleo por dia, vem experimentando nos dois últimos meses uma queda contínua dos preços do petróleo com uma redução acumulada de US$ 16,79 por barril.
Maduro atribuiu a queda dos preços à produção do petróleo de xisto que, ao satisfazer o mercado interno americano, diminuiu a demanda internacional, o que, em sua opinião, é uma forma de afetar a Venezuela, a Rússia e o Irã.
"Não façam festa porque não vão poder causar prejuízo ao nosso país", disse.
Maduro denunciou na semana passada que os EUA utilizam métodos "bárbaros, selvagens, e anti-humanos" para extrair petróleo e gás a "um custo humano impagável" e que pode causar "danos ambientais irreversíveis".
A Venezuela e o Equador são atualmente os únicos representantes da América Latina na Opep, que também é integrada por Angola, Arábia Saudita, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Iraque, Irã, Kuwait, Líbia, Nigéria e Catar.
Conjuntamente, esses países extraem um terço do petróleo do mundo e controlam a maior parte das reservas conhecidas do planeta.
A próxima reunião ministerial da Opep acontece em Viena no dia 27 de novembro.