COPENHAGUE (Reuters) - A fabricante dinamarquesa de turbinas eólicas Vestas Wind Systems perdeu um importante contrato com a CPFL Renováveis porque não tem os requisitos de produção local necessários para obtenção de financiamento mais barato pela cliente.
A encomenda de 254 megawatts (MW) da CPFL Renováveis, parte da CPFL Energia, foi cancelada devido a alterações em requisitos para financiamento dos parques no Brasil, depois que o contrato já estava acertado, disse a Vestas nesta sexta-feira. Isso aconteceu um dia depois de a Gamesa ter anunciado que fechou uma encomenda de 220 MW para o mesmo parque eólico localizado no Rio Grande do Norte.
O tamanho da encomenda era equivalente a 10 por cento da lista de encomendas da Vestas para este ano até agora.
O analista do Sydbank Jacob Pedersen disse que a perda do contrato foi um revés significativo para a Vestas, mas não necessariamente incorrerá em uma perda financeira. A Vestas manteve suas metas para 2014 e se recusou a comentar sobre as perspectivas para 2015.
"A Vestas comunicou claramente que este é um incidente isolado", disse o analista Michael Jorgensen do Alm. Brand Bank.
O porta-voz da Vestas, Michael Zarin, disse que o endurecimento de regras para financiamento de equipamentos dentro do Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afetou os planos da Vestas.
"Tentamos chegar a um acordo (com a CPFL Renováveis) e não fomos capazes de fazê-lo, e numa base amigável decidimos rescindir o contrato", disse ele, que se recusou a comentar mais já que as negociações sobre os termos da rescisão ainda estavam em curso.
A Vestas disse em junho que iria investir até 100 milhões de reais (40 milhões de dólares) para aumentar a produção no Brasil para atender às exigências mais rigorosas do Finame.
A empresa dinamarquesa já instalou turbinas com uma capacidade total de 686 megawatts (MW) no Brasil.
A Gamesa, que aumentou seu foco na América Latina durante uma recessão em seu mercado doméstico, já instalou mais de 700 MW e tem encomendas assinadas para mais de 2.000 MW no Brasil.
"Este importante acordo com a CPFL, uma das maiores empresas privadas do setor elétrico brasileiro, consolida ainda mais nossa posição já sólida neste mercado", disse a Gamesa em seu anúncio.
(Por Teis Jensen)