BRUXELAS (Reuters) - Especialistas veterinários da União Europeia recomendaram nesta sexta-feira verificações reforçadas nas importações de carne do Brasil, depois das revelações da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, disse uma fonte do bloco econômico.
Especialistas dos 28 países do bloco reuniram-se em Bruxelas para discutir a resposta do bloco ao escândalo no Brasil e o risco de carne estragada ou contaminada chegar ao continente europeu.
A Comissão Europeia disse na segunda-feira que irá impedir a entrada de carnes de unidades processadoras sob investigação e que todos os produtos destas unidades que estavam a caminho da Europa seriam rejeitados e devolvidos ao Brasil.
Uma porta-voz da Comissão disse nesta sexta-feira que especialistas contavam com uma rápida reação das autoridades brasileiras e que o controle de importações agora é "primordial".
"Os especialistas disseram que é de grande importância ter bons controles na entrada na União Europeia", disse uma fonte da UE familiarizada com as conversas. "A visão deles é que as verificações físicas e microbiológicas sejam reforçadas de maneira significativa."
O comissário europeu Vytenis Andriukaitis, responsável por saúde e segurança alimentar, estará no Brasil na segunda-feira para discutir a questão com o ministro da Agricultura brasileiro.
A Comissão também irá se reunir com os Estados membros em um órgão chamado Comitê PAFF (sigla em inglês para plantas, animais, comida e ração) na quarta-feira para assegurar que haja uma abordagem comum quanto aos controles.
"Frente ao resultado destes testes reforçados, à evolução da crise e à resposta das autoridades brasileiras às demandas por medidas corretivas, a Comissão e os Estados membros irão concluir se mais medidas são necessárias", disse o porta-voz da Comissão.
A Comissão também planeja realizar auditorias na indústria alimentícia do Brasil até meados de maio.
(Por Philip Blenkinsop)