Por Jessica Jaganathan
CINGAPURA (Reuters) - A trading de energia Vitol [VITOLV.UL] vai parar de fazer negócios com o Irã após os Estados Unidos retomarem sanções contra o comércio de petróleo do país a partir de 4 de novembro, disse um executivo da companhia nesta terça-feira.
"Os negócios com o Irã ou qualquer coisa relacionada ao Irã terão que acabar", disse o chefe de desenvolvimento de negócios da Vitol, Mike Muller, nos bastidores de uma conferência do setor de petróleo em Cingapura.
"Nós temos um relacionamento de longa data com o Irã e obviamente estou ansioso para quando as negociações puderem ser retomadas, mas no momento seriam necessários 'waivers' explícitos dos EUA, e não apenas dos EUA, mas da comunidade bancária global e tudo o mais", afirmou ele.
Os EUA anunciaram em maio que vão reimpor sanções ao Irã, terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), para forçar o país a renegociar um acordo para limitar seu programa nuclear.
As sanções começaram em 7 de agosto, limitando o acesso do país ao sistema financeiro global, e em novembro elas serão ampliadas para o setor de petróleo.
Alguns operadores projetam que as sanções poderiam remover até 1,5 milhão de barris por dia de petróleo do mercado, o que levou os preços da commodity a máximas de quatro anos nesta semana.
Mas qualquer pressão para uma alta adicional nos preços precisaria de novos fatores, uma vez que as cotações atuais já levam em conta os riscos do mercado, disse Muller durante a conferência em Cingapura.
Ele não quis fazer projeções, mas seus comentários parecem menos altistas que as tradings de commodities Mercuria e Trafigura, que previram o barril de petróleo a 100 dólares no início de 2019 na segunda-feira.
Em separado, Muller adicionou que um acordo para a aquisição pela Vitol de fatias em poços de petróleo na Nigéria colocadas à venda pela Petrobras (SA:PETR4) e seus parceiros ainda não está finalizado.
"É um acordo que vai ser bastante grande para a Vitol... há uma transação sendo finalizada", disse ele.
A Reuters publicou em junho que um consórcio liderado pela Vitol está em conversas exclusivas para comprar os ativos, avaliados em até 2,5 bilhões de dólares.[nL1N1TK0ZU]
(Por Jessica Jaganathan)