Por Gustavo Bonato
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de logística VLI inicia nesta segunda-feira as exportações de grãos no seu terminal Tiplam, em Santos, abrindo um novo importante corredor de escoamento de soja e milho para o país.
O navio Chamchuri Naree deverá partir ainda nesta segunda-feira com 26,5 mil toneladas de milho da trading Bunge, disse um executivo da VLI à Reuters.
O serviço de monitoramento de navios em tempo real da Thomson Reuters mostrava, no início da tarde, a embarcação atracada no Tiplam.
O Tiplam passa por obras de expansão e o segundo berço, que está entrando em operação, terá capacidade para embarcar entre 5,5 milhões a 6 milhões de toneladas de grãos, entre soja e milho, já em 2017, afirmou o diretor comercial da VLI, Fabiano Lorenzi.
"Temos a iminência de uma produção de soja muito grande no Brasil, e já temos uma programação agressiva para (exportações de) soja e milho já em janeiro e fevereiro", disse o executivo, que acompanhava os ajustes operacionais no terminal nesta segunda-feira.
O Brasil deverá exportar um recorde de 57 milhões de toneladas de soja e mais 24 milhões de toneladas de milho colhidos ao longo de 2017, segundo projeção oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os investimentos da VLI, empresa que tem Vale (SA:VALE5) e Brookfield como principais acionistas, são de 2,7 bilhões de reais no projeto de expansão.
Até o momento, o Tiplam operava em seu primeiro berço apenas com importação de matérias-primas para fertilizantes. Além do segundo berço, um terceiro berço também exportará produtos agrícolas. O quarto berço será dedicado a minerais para a indústria de adubos.
"A ampliação pela VLI teve início em 2013 e é considerada a maior obra portuária em curso hoje no país", disse a empresa, em nota.
Quando for totalmente entregue, o Tiplam vai agregar à Baixada Santista capacidade extra de 12 milhões de toneladas por ano em exportação de grãos e açúcar e importação de fertilizantes e enxofre, alcançando 14,5 milhões de toneladas anuais de movimentação em sua estrutura.
O complexo de Santos já é o principal polo de escoamento do complexo soja e de açúcar no país.
As cargas de grãos chegam ao Tiplam exclusivamente por via férrea. Os trens são carregados em Uberaba (MG), onde um terminal de transbordo recebe caminhões de regiões produtoras como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
AÇÚCAR
Ainda no primeiro semestre de 2017 a VLI quer realizar seu primeiro embarque de açúcar no Tiplam, disse Lorenzi.
Quando estiver totalmente concluído, o Tiplam terá dois armazéns para grãos, um de açúcar e outro que pode receber tanto açúcar quanto grãos.
O executivo destacou que os equipamentos serão bastante flexíveis. Os dois berços portuários dedicados aos granéis agrícolas poderão ser destinados a soja, milho ou açúcar, dependendo do interesse comercial.
A VLI opera portos, ferrovias e terminais logísticos espalhados pelo país, incluindo a Ferrovia Norte Sul e a Centro-Atlântica (FCA) e terminais portuários dedicados a grãos dentro do Porto de Itaqui (São Luís, Maranhão) e de Barra dos Coqueiros (Sergipe).
A empresa tem em sua composição acionária Vale (37,6 por cento), Brookfield Asset Management (26,5 por cento), Mitsui (20 por cento) e Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) (15,9 por cento).
(Edição de Luciano Costa)