PARIS (Reuters) - É provável que uma segunda onda do coronavírus atinja a França no outono ou inverno, alertou o principal órgão científico do governo do país nesta terça-feira, enquanto as autoridades buscam conter um aumento de novos casos nas últimas duas semanas.
Depois que medidas rigorosas de quarentena reduziram as taxas de infecção, muitos países europeus agora estão observando o aumento dos números, uma consequência da redução de restrições para tentar limitar os danos econômicos e uma maior movimentação social na temporada de férias.
"A situação é precária e podemos a qualquer momento entrar em um cenário menos controlado, como na Espanha", afirmou o comitê científico francês em comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde.
"É altamente provável que experimentemos uma segunda onda epidêmica neste outono ou inverno", afirmou, acrescentando que, se as pessoas não respeitarem as regras de distanciamento social, não será possível descartar o retorno da pandemia ainda neste verão.
O alerta veio depois que o chefe do sindicato dos médicos alemães disse que a Alemanha já estava enfrentando uma segunda onda e arriscava desperdiçar seu sucesso inicial ao desrespeitar as regras de distanciamento social.
As autoridades francesas já começaram a reforçar as regras de higiene pública, com cidades como Lille e Nice ordenando que as pessoas usem máscaras em ruas com elevado fluxo de pedestres.
A França registrou 3.376 novos casos confirmados de Covid-19 nos últimos três dias, e o número de pessoas em tratamento para a doença em UTIs começou a aumentar progressivamente.
O presidente Emmanuel Macron, de férias em sua residência de verão em Brégançon, na costa do Mediterrâneo, deve viajar para a cidade portuária de Toulon no final do dia para encontrar assistentes sociais que cuidam de idosos.
(Por Henri-Pierre Andre)