Por Gabriel Araujo e Pedro Fonseca
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil registrou nesta quarta-feira novo recorde de novos casos confirmados de coronavírus em 24 horas, com mais 67.860 infecções, totalizando 2.227.514 casos de Covid-19, informou o Ministério da Saúde.
O recorde anterior de casos registrados em um único dia era de 19 de junho, quando o ministério informou 54.771 casos. Naquele dia, o ministério justificou a alta informando que havia ocorrido a inclusão no sistema de muitos casos acumulados de dias anteriores.
Os mais de 67 mil casos registrados nesta quarta-feira representam uma forte aceleração em relação ao patamar de cerca de 40 mil casos que o país vinha registrando ao longo das últimas semanas nos dias úteis -- com exceção das segundas-feiras, quando há um número menor devido a uma redução no volume de testes nos finais de semana.
A nova máxima ocorre um dia após o Ministério da Saúde publicar portaria que tornou obrigatória a notificação do resultado de todos os testes de Covid-19 realizados no país, seja por laboratórios públicos, privados, universitários e "quaisquer outros", em um prazo de até 24 horas. Anteriormente, o sistema do governo contabilizava apenas os testes feitos nos laboratórios oficiais e em parte da rede privada.
O ministério também informou nesta quarta-feira que foram registradas mais 1.284 mortes no dia, elevando o total de óbitos no país em consequência da Covid-19 para 82.771.
O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de infecções e óbitos por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.
O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que apesar dos altos números de casos, o cenário da pandemia parece "sob controle" atualmente no país, uma vez que a curva de óbitos não tem disparado.
"Haverá o aumento de contágio, já estamos subindo nessa curva de contágio, mas o esforço para que não se chegue à necessidade de UTIs e que os tratamentos aconteçam de forma precoce faz com que a curva de óbitos fique sob controle", disse Pazuello em entrevista coletiva, acrescentando que o inverno é um dos motivos para o número elevado de infecções.
O ministro voltou a afirmar que a pandemia está recrudescendo no centro-sul do Brasil, que tem verificado um platô com elevação, segundo ele. A região é citada com frequência pela pasta como a de maior preocupação neste momento.
O recorde diário de casos no país acompanhou uma forte elevação no número de infecções em São Paulo, Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19, que notificou 16.777 casos nas últimas 24 horas -- segundo maior acréscimo desde o início da pandemia, atrás apenas de 19 de junho.
Com isso, a contagem de casos em São Paulo atingiu 439.446, enquanto os óbitos no Estado somam 20.532.
Ceará e Rio de Janeiro continuam dividindo o segundo lugar na lista divulgada pelo Ministério da Saúde. Embora o Estado nordestino tenha um número maior de casos (153.108, ante 148.623 no Rio), o Estado do Sudeste registrou mais óbitos -- 12.443, contra 7.317 no Ceará.
Pará, Bahia e Maranhão são os outros três Estados do país com mais de 100 mil casos de Covid-19, embora Minas Gerais também esteja se aproximando do grupo, com quase 99 mil infecções confirmadas.
O Brasil possui 1.532.138 pacientes recuperados da doença, além de 612.605 em acompanhamento, ainda de acordo com o ministério.
A taxa de letalidade da doença no país é de 3,7%.
(Edição de Maria Pia Palermo)